Após uma visita aos Estados Unidos, parlamentares de oposição no Brasil retornaram otimistas com a possibilidade de represálias contra autoridades brasileiras, especialmente do Supremo Tribunal Federal (STF), caso a vitória de Donald Trump nas eleições de 2024 se concretize. Durante sua visita, os deputados foram recebidos pelo Partido Republicano e mostraram-se confiantes em um projeto proposto pela deputada reeleita Maria Elvira Salazar (R), que prevê medidas contra autoridades estrangeiras acusadas de censura ou perseguição política. A proposta, que já conta com forte apoio da maioria republicana no Congresso americano, pode resultar em sanções contra membros do STF considerados responsáveis por abusos contra liberdades individuais no Brasil.
O apoio de Trump e de influentes figuras do cenário político e empresarial dos EUA, como o bilionário Elon Musk, também foi destacado pelos parlamentares brasileiros. Musk, conhecido por suas posições em defesa da liberdade de expressão, teria manifestado interesse em influenciar as políticas do futuro governo dos Estados Unidos no que tange a questões de censura e direitos políticos. Para a deputada Bia Kicis (PL-DF), a vitória de Trump seria um “alento” para os brasileiros que combatem o que ela considera como “tirania e censura” dentro do país.
Maria Elvira Salazar, que tem se destacado no Congresso dos EUA por seu discurso crítico ao governo brasileiro, chegou a mencionar o ministro Alexandre de Moraes em um discurso na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos. Ela exibiu uma foto do ministro como símbolo de sua inspiração para lutar contra o que chama de “perseguição política” no Brasil, ligando a sua causa à maior mobilização internacional contra o STF e suas decisões. A medida proposta prevê que autoridades que se enquadrarem nas acusações de abuso de poder sejam proibidas de entrar nos Estados Unidos ou, caso já estejam no país, sejam imediatamente expulsas.
Com o fortalecimento do movimento republicano e a proximidade das eleições nos EUA, o clima de tensão entre os dois países pode aumentar, especialmente se o projeto de Salazar avançar. Embora a medida ainda dependa de discussões no Congresso, ela sinaliza um possível alinhamento entre a oposição brasileira e as novas lideranças dos Estados Unidos, que podem colocar em prática ações contra figuras políticas do Brasil, intensificando a polarização no cenário internacional.