Os novos dados divulgados recentemente pela Gazeta do Povo mostram que a Open Society investiu pelo menos US$ 31,3 milhões (aproximadamente R$ 155,5 milhões com a cotação média do período) em projetos no Brasil no ano passado. O valor total pode ser ainda maior, pois alguns projetos rotulados como “globais” não especificam o destino dos recursos.
A Open Society é conhecida por apoiar causas progressistas, como a legalização das drogas, a descriminalização do aborto e a redução da população carcerária. O volume de recursos movimentados pela fundação tem um impacto significativo na opinião pública e na formulação de políticas públicas.
O investimento da Open Society no Brasil aumentou consideravelmente em relação a 2022, quando foram destinados US$ 20,7 milhões (R$ 106,5 milhões) para ONGs no país, resultando em um aumento superior a 50% em dólares.
Em 2023, 95 organizações receberam apoio da Open Society para projetos no Brasil. Entre as mais beneficiadas está a ONG Instituto Incube, que recebeu um total de US$ 3,1 milhões (R$ 15,5 milhões) em quatro repasses. A maior doação foi de US$ 1,9 milhão (R$ 9,6 milhões) e foi destinada a um fundo de resposta rápida no Brasil. Outras doações incluíram US$ 868 mil (R$ 4,34 milhões) e US$ 195 mil (R$ 974 mil) para diferentes projetos.
Apesar do volume de recursos recebidos, o Instituto Incube é pouco conhecido, com pouca presença online e pouca transparência. Fundada em 2020, a ONG tem sede em um imóvel comercial simples em São Paulo e também é beneficiada por outras fundações internacionais, como a Oak Foundation.
A segunda maior beneficiada pela Open Society no Brasil em 2023 foi o Instituto Clima e Sociedade (iCS), que recebeu US$ 1,7 milhão (R$ 8,5 milhões). A doação foi destinada ao “apoio geral”, que normalmente cobre despesas operacionais em vez de projetos específicos.
O iCS afirmou que os recursos foram usados para avançar em setores econômicos estruturantes, aprimorar a agenda climática e fortalecer a sociedade civil. A organização destaca a transparência como um de seus princípios fundamentais e lista todos os seus doadores em seu relatório anual.
Além das ONGs brasileiras, a Open Society também financia entidades internacionais que atuam no Brasil. Em 2023, a ONU Mulheres recebeu US$ 1,2 milhão (R$ 6 milhões) para apoiar suas atividades no Brasil.
Desde 2016, a Open Society destinou cerca de R$ 605 milhões ao Brasil, com a Conectas Direitos Humanos recebendo aproximadamente R$ 34 milhões. A fundação é agora chefiada por Alexander Soros, filho de George Soros, e teve um orçamento de US$ 1,3 bilhão (cerca de R$ 6,7 bilhões) em 2022.
As doações da Open Society têm o poder de influenciar o debate público, com organizações financiadas promovendo causas progressistas. Luciano Andreotti, presidente do NISP (Novas Ideias em Segurança Pública), observa que essas ONGs têm uma forte presença no debate legislativo e um impacto significativo no Congresso Nacional.
Apesar das críticas, Andreotti não defende o banimento de organizações como a Open Society, mas acredita que é necessário que outras partes se organizem melhor para equilibrar o debate na esfera pública.
As informações são da Gazeta do Povo.