Dólar Hoje Euro Hoje
quarta-feira, 18 dezembro, 2024
Início » ONG ligada a Alcolumbre e Randolfe recebe R$ 3 milhões em emendas e é investigada por irregularidades, aponta Revista Oeste

ONG ligada a Alcolumbre e Randolfe recebe R$ 3 milhões em emendas e é investigada por irregularidades, aponta Revista Oeste

Por Alexandre Gomes

Uma organização não governamental (ONG) beneficiada com R$ 3 milhões em emendas parlamentares dos senadores Davi Alcolumbre (União-AP) e Randolfe Rodrigues (PT-AP) está sob investigação pela Controladoria-Geral da União (CGU), é o que infomra a Revista Oeste.

A instituição, o Instituto de Gestão em Desenvolvimento Social e Urbano (Inorte), é suspeita de práticas como sobrepreço, falta de transparência, ausência de critérios claros em sua seleção e vínculos diretos entre contratados e membros da entidade.

Irregularidades apontadas pela CGU

A CGU identificou diversas falhas na execução das emendas. Um dos principais problemas foi a ausência de concorrência pública na seleção do Inorte, que terceirizou praticamente todas as atividades financiadas pelos recursos. Entre as empresas contratadas, algumas possuem vínculos diretos com a ONG, como um escritório de advocacia pertencente a uma advogada que já prestava serviços ao instituto e uma empresa cujo sócio é o diretor financeiro da organização.

A Controladoria também apontou um sobrepreço de 194% em serviços de conteúdo intelectual, como gestão de projetos e consultoria jurídica, além de outras irregularidades que representam risco significativo de prejuízo ao erário.

Verbas direcionadas a festivais locais

Os recursos das emendas financiaram eventos como o aniversário de Oiapoque e a Festa de São Tiago, em Mazagão, ambos no Amapá, além do evento “Viva Santana 2023” e o Festival de Verão. A CGU destacou que a ONG não possuía capacidade técnica para realizar as atividades contratadas e que o processo de seleção não respeitou prazos ou critérios de concorrência, beneficiando diretamente o Inorte.

Histórico do Inorte e justificativas apresentadas

Fundado em 2005 como uma associação voltada à assistência de crianças e adolescentes, o Inorte passou por uma reformulação em 2021, alterando suas atividades e declarando ampla gama de atribuições, como produção de filmes, aluguel de equipamentos para eventos e comércio de livros.

A ONG justificou os custos elevados com os desafios logísticos da Região Amazônica, mas as explicações não foram suficientes para afastar as suspeitas de irregularidades.

Defesa dos senadores e contradições

Ambos os senadores negaram qualquer ligação direta com o Inorte. Randolfe Rodrigues afirmou que as festas financiadas são públicas e que todos os processos ocorreram dentro da legalidade. Já Davi Alcolumbre, por meio de sua assessoria, declarou que “nunca destinou emendas de transferência especial para institutos ou ONGs” e que os recursos foram destinados às administrações públicas do Amapá.

No entanto, a CGU destacou que as emendas foram executadas de maneira que inviabilizou a concorrência e beneficiou diretamente a ONG.

Impacto político e críticas

As denúncias reforçam questionamentos sobre a transparência no uso das emendas parlamentares, especialmente as de relator, que têm sido alvo frequente de críticas. Além disso, o caso coloca sob escrutínio a relação entre parlamentares e entidades que se beneficiam de recursos públicos, levantando dúvidas sobre a fiscalização efetiva e o uso adequado do dinheiro público.

A investigação da CGU poderá resultar em medidas administrativas e judiciais, incluindo ressarcimento ao erário e responsabilização de gestores envolvidos no processo. Enquanto isso, o caso alimenta o debate sobre a necessidade de maior controle e transparência na execução de emendas parlamentares.

Você pode se Interessar

Deixe um Comentário

Sobre nós

Somos uma empresa de mídia. Prometemos contar a você o que há de novo nas partes importantes da vida moderna

@2024 – Todos os Direitos Reservados.