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terça-feira, 5 novembro, 2024
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Ofensiva de Lula contra autonomia do Banco Central e Petrobras: Um ‘tiro no pé’ político?

Por Marina B.

O presidente Lula protagonizou uma cena de controle sobre a Petrobras ao comparecer à posse de Magda Chambriard, acompanhado da primeira-dama, sete ministros e presidentes de bancos estatais. Isso ocorreu simultaneamente à intensificação de sua pressão sobre o Banco Central, seu presidente atual e a autonomia conquistada por consenso após longos debates e reivindicações.

Isso levanta questões: Lula está tentando impor suas convicções políticas às estatais e bancos públicos? Essa postura é vista de forma negativa pelo mercado, que valoriza a liberalização, e também gera dúvidas nos setores políticos e na sociedade sobre os rumos do governo, além de temores quanto à volta a políticas do passado.

Durante a posse, em um ambiente de sorrisos e simpatia, Lula elogiou a estatização e minimizou a Lava Jato, alegando que visava apenas desmontar a Petrobras. Enquanto isso, Magda Chambriard, a oitava presidente da empresa em oito anos, afirmou estar alinhada com Lula e que manterá a exploração de combustíveis fósseis, argumentando que o petróleo financiará a transição energética.

A ausência da ministra Marina Silva no evento foi notável, não apenas devido ao tom dos discursos, mas também porque o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, próximo a Lula e decisivo na queda de Jean Paulo Prates, afirmou que a exploração de petróleo na margem equatorial do Amazonas reflete a visão predominante no governo.

Enquanto Lula reafirmava suas intenções intervencionistas na Petrobras, o Copom decidia, por unanimidade, suspender o ciclo de queda dos juros, mantendo a taxa em 10,5%. Essa decisão foi interpretada como uma defesa da instituição, da autonomia e do presidente atual do BC, após Lula criticar Campos Neto e compará-lo a Sérgio Moro.

Lula, no entanto, continuou suas críticas, lamentando a decisão do Copom e insinuando prejuízos para o país e para o povo brasileiro. O BC, por sua vez, age tecnicamente diante das circunstâncias econômicas, incluindo a preocupação com o desequilíbrio das contas públicas, responsabilidade do governo.

Ao comparar Campos Neto a Henrique Meirelles, ex-presidente do BC em seus mandatos anteriores, Lula destacou sua preferência por um presidente do BC que pudesse ser demitido com facilidade, como fez com Prates na Petrobras. Isso pode alimentar um movimento no Congresso para revisar a autonomia do Banco Central, um tema que promete gerar mais debates e desgastes políticos, beneficiando a oposição.

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