A eleição municipal em Araraquara, São Paulo, foi um dos cenários mais emblemáticos da disputa política entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. Tradicional reduto do PT, a cidade havia sido governada por Edinho Silva, ex-ministro e uma das figuras mais próximas de Lula. Na tentativa de manter o controle do município, Lula e Edinho uniram forças para eleger a candidata petista, Eliana Honain, mas acabaram derrotados em um embate direto contra o bolsonarismo.
Em maio, como parte de uma estratégia clara de apoio eleitoral, Lula visitou Araraquara acompanhado por uma comitiva de ministros para anunciar investimentos milionários na cidade. Foram prometidos R$ 143 milhões em obras de infraestrutura para prevenir enchentes, um aceno direto à população, mostrando o comprometimento do governo federal com a cidade. O evento foi uma demonstração de força política e apoio a Edinho Silva, que, por sua vez, estava focado em eleger sua sucessora.
No palanque, Lula proferiu um discurso emocionado, exaltando Edinho e suas qualidades como gestor. Para Lula, Edinho era o exemplo ideal de liderança municipal, alguém que o país precisava replicar. No entanto, todo o empenho e os recursos não foram suficientes para garantir a vitória de Eliana Honain, que recebeu 45,18% dos votos, enquanto o candidato do PL, Dr. Lapena, apoiado por Jair Bolsonaro, conquistou 49,16% e venceu a disputa.
Esse resultado foi um duro golpe para o PT, já que Araraquara era um dos seus principais bastiões em São Paulo. A derrota representou uma virada simbólica, mostrando a força de Bolsonaro em um território historicamente dominado pelo petismo. Bolsonaro não poupou esforços para garantir a vitória do PL na cidade, enviando ministros e recursos, o que, no final, mostrou-se decisivo. Essa vitória foi uma das mais marcantes para Bolsonaro em sua estratégia de avançar em redutos petistas, indicando uma mudança no cenário político local.
A eleição em Araraquara destacou o embate nacional entre Lula e Bolsonaro, mostrando que, mesmo com apoio federal e campanhas estruturadas, a força eleitoral de Bolsonaro era significativa em várias regiões do país, incluindo redutos tradicionais da esquerda.