“Nós não precisamos deles, eles precisam de nós”, afirmou Trump sobre o Brasil.
No primeiro dia de seu novo mandato como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump enviou um recado direto ao presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Durante uma entrevista coletiva enquanto assinava decretos, Trump foi questionado sobre a relação entre os dois países. Sua resposta foi enfática:
“A relação é ótima, ótima. Eles precisam de nós muito mais do que precisamos deles. Nós não precisamos deles, eles precisam de nós. Todo mundo precisa de nós.”
Lula fora da posse de Trump
Crítico declarado de Trump, Lula não recebeu convite para a posse do republicano. Por outro lado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi convidado, mas não pôde comparecer devido à retenção de seu passaporte, imposta pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Mesmo sem o convite, Lula divulgou uma mensagem oficial desejando sucesso a Trump em seu novo mandato. “Em nome do governo brasileiro, cumprimento o presidente Donald Trump pela sua posse. As relações entre o Brasil e os EUA são marcadas por uma trajetória de cooperação, fundamentada no respeito mútuo e em uma amizade histórica.”
Trump e os Brics
Durante a mesma coletiva, Trump fez críticas ao bloco dos Brics — grupo de economias emergentes liderado pela China e do qual o Brasil faz parte. O presidente norte-americano acusou o bloco de tentar prejudicar os Estados Unidos. “Se fizerem isso, não ficarão felizes com o que vi acontecer”, alertou.
Trump também reiterou sua intenção de impor uma taxação de 100% sobre produtos vindos de países do Brics, caso o grupo tente desestabilizar o dólar no comércio internacional.
Expansão dos Brics
Desde sua fundação, o Brics era composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em 2023, o grupo expandiu, incluindo Irã, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos, com aprovação para a entrada da Arábia Saudita — que ainda não formalizou o ingresso. Em janeiro de 2024, mais sete países foram adicionados: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
A posição de Trump reforça tensões diplomáticas entre os EUA e o bloco, em especial no momento de crescimento do grupo e das discussões sobre um possível afastamento do dólar como moeda padrão.
