O tradicional jantar de Natal dos brasileiros está pesando no bolso. A alta nos preços dos alimentos, especialmente itens básicos como carne, arroz e leite, superou o dobro da inflação geral no último ano.
Dados da Fecomércio-SP mostram que os 29 produtos mais consumidos nesta época do ano tiveram aumento de 9,54% nos últimos 12 meses, enquanto a inflação geral medida pelo IPCA-15 ficou em 4,77%.
Esse cenário reflete não apenas questões econômicas globais, mas também falhas de gestão interna, agravadas pelo impacto do dólar elevado – consolidado acima de R$ 6 – e fatores climáticos, como seca e quebra de safra.
Colapso de política econômica
A disparada do dólar é frequentemente apontada como o principal fator de pressão nos preços.
Contudo, o Governo Lula tem enfrentado críticas pela falta de medidas eficazes para conter os efeitos dessa desvalorização.
A ausência de políticas que estimulem a produção nacional e reduzam a dependência de importações amplifica os impactos sobre o consumidor.
Enquanto a carne, produto essencial na mesa das famílias, subiu 11,44% em média – com variações de até 80% para cortes nobres como o filé mignon – outros itens, como a batata (30,82%) e o azeite de oliva (28,58%), também foram afetados por fatores externos e internos.
O aumento das exportações devido ao dólar alto e a redução do mercado interno são sintomas de um modelo econômico que parece favorecer grandes exportadores, enquanto a população arca com os custos.
Crédito e endividamento: o consumidor no limite
Diante desse cenário, o comércio tem buscado alternativas para evitar um colapso nas vendas.
No Mercado Municipal de São Paulo, açougues e outros comerciantes passaram a oferecer parcelamentos no cartão de crédito – algo que ilustra o tamanho do impacto no poder de compra dos brasileiros.
O caso do filé mignon sendo parcelado até o carnaval é emblemático da situação.
Embora essa medida traga algum alívio, também sinaliza o aprofundamento do endividamento da população.
Dados recentes mostram que o percentual de famílias endividadas segue elevado, reflexo de uma recuperação econômica lenta e da falta de ações estruturais para melhorar a renda real.
Soluções paliativas e falta de planejamento
Enquanto o governo se apega a explicações como “fatores externos” e sugere cortes em produtos de menor impacto, como pescados (com aumento de apenas 1,32%), as famílias se veem obrigadas a ajustar suas ceias com substituições e promoções.
O uso de Pix para barganhar descontos, por exemplo, virou uma das poucas saídas para economizar.
Essa situação ressalta a necessidade urgente de políticas econômicas mais estruturadas e um diálogo maior entre governo e setores produtivos.
A alta do custo de vida vai além das ceias de Natal e é um retrato do impacto da má gestão econômica que se reflete em outros setores, como combustíveis, transporte e energia.
Governo Lula
Sob o governo Lula, promessas de recuperação econômica e combate à fome ainda não se concretizaram.
A escalada de preços nos alimentos básicos coloca em xeque a efetividade das políticas de controle de inflação e estímulo ao consumo interno.
Além disso, o impacto do câmbio e a dependência de commodities exportáveis evidenciam falhas na estratégia econômica.
Se a situação persistir, o governo enfrentará desafios ainda maiores em 2024, com uma população cada vez mais pressionada por custos crescentes e uma economia que patina para atender às expectativas de crescimento sustentável.
O Natal de 2024 não será lembrado apenas como o mais caro dos últimos tempos, mas como mais um reflexo das dificuldades econômicas enfrentadas sob uma gestão que prometeu muito e entregou pouco até agora.