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segunda-feira, 13 outubro, 2025
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No segundo aniversário dos atentados do Hamas, governo Lula silencia sobre brasileiros mortos

Por Alexandre Gomes

Contraste com o Senado: enquanto o Planalto guarda silêncio, o Senado realiza sessão solene em homenagem às vítimas

No dia que marca dois anos dos ataques do Hamas a Israel (7 de outubro de 2023), o governo de Luiz Inácio Lula da Silva permanece em silêncio — sem nota oficial, declaração pública ou menção em redes sociais — mesmo com a confirmação de que quatro cidadãos brasileiros foram mortos nos ataques.

A omissão do Palácio do Planalto contrasta com a postura do Senado Federal, que organizou nesta terça-feira (7) uma sessão solene para recordar as vítimas dos atentados, a pedido do senador Sergio Moro (União-PR).


Cerimônia no Senado e homenagens

A sessão contou com a presença de autoridades diplomáticas e da comunidade judaica, incluindo:

  • Rasha Athamni, encarregada de negócios da Embaixada de Israel no Brasil;
  • Claudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib);
  • Carlos Reiss, coordenador do Museu do Holocausto de Curitiba;
  • Rafael Zimerman, sobrevivente brasileiro do ataque ao festival Nova;
  • E o filósofo Denis Rosenfield.

Durante o evento foram executados o Hino Nacional Brasileiro e o Hino de Israel, além de um momento de silêncio pelas vítimas. Também foram exibidas imagens de reféns ainda mantidos pelo Hamas. Parlamentares de diferentes partidos — incluindo Jaques Wagner (PT-BA) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) — participaram e manifestaram repúdio ao terrorismo e solidariedade às famílias.

“O Brasil precisa reconhecer o sofrimento das famílias que perderam seus entes no maior massacre de judeus desde o Holocausto”, declarou Moro, criticando o avanço do antissemitismo.


Mortes de brasileiros em 2023

Entre as vítimas confirmadas está Michel Nisembaum, que morreu após meses em cativeiro. O Palácio do Planalto e o Itamaraty publicaram notas oficiais à época lamentando as mortes, mas geralmente sem detalhar as circunstâncias ou usar termos fortes como “assassinato”.

Embora o governo tenha reconhecido oficialmente a morte de quatro brasileiros entre 2023 e 2024, sua comunicação posterior priorizou críticas à atuação de Israel, em vez de reforçar a memória das vítimas nacionais.


Dissonância diplomática

Desde o início da guerra, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu mais de 60 notas oficiais criticando ações israelenses, como bombardeios e expansão de assentamentos. Em contraste, foram apenas cerca de dez comunicados dedicados ao Hamas ou às vítimas brasileiras.

Em um exemplo de política externa controversa, em fevereiro de 2024 o presidente Lula comparou a ofensiva israelense em Gaza ao Holocausto. A fala gerou forte repercussão diplomática: Israel declarou Lula persona non grata e convocou o embaixador brasileiro.

Em 2025, o governo manteve uma postura crítica — em junho, caracterizou a guerra como “genocídio” e voltou a denunciar a expansão dos assentamentos como “ilegalidade flagrante no direito internacional”.

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