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quinta-feira, 17 outubro, 2024
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Nísia sabia de contaminação de órgãos há um mês, diz Gazeta do Povo

Por Alexandre Gomes

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, revelou que o ministério já tinha conhecimento da contaminação por HIV de pacientes transplantados no Rio de Janeiro há um mês, mas que a investigação não avançou inicialmente por falta de evidências concretas. Apenas na última semana, quando mais casos surgiram e indícios foram levantados, a Polícia Federal foi acionada.

Em declarações feitas nesta quarta-feira (16), Nísia afirmou que o Ministério da Saúde foi notificado sobre o primeiro caso em 14 de setembro, quando um receptor de transplante relatou a contaminação e o doador foi submetido a novos testes. Apesar dessa notificação, as investigações só foram aprofundadas após a confirmação de mais cinco infecções. Até então, não havia sinais que indicassem uma possível ação criminosa.

A ministra também comentou que a Polícia Federal só deve ser acionada quando há suspeitas fundadas de irregularidades ou crimes, como ocorreu quando novos casos foram confirmados. A partir daí, a pasta tomou as medidas necessárias para mitigar os danos, incluindo a interdição cautelar do laboratório responsável pelos exames e a transferência da testagem de doadores para o Hemorio, instituição estadual de saúde.

O caso se tornou público após uma denúncia da Band, que foi confirmada pela Gazeta do Povo. Nísia garantiu que os pacientes infectados estão recebendo atendimento especializado e que o governo está tratando o caso com a máxima seriedade, visando à segurança dos transplantados e à integridade do sistema de saúde.

Além das medidas imediatas, como a suspensão do laboratório PCS Saleme, o Ministério da Saúde ordenou a retestagem de todas as amostras de sangue analisadas pelo laboratório e abriu uma auditoria por meio do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (DENASUS). A ação busca investigar possíveis irregularidades no contrato com o laboratório.

Quatro envolvidos no caso já foram presos, incluindo o responsável técnico do laboratório, o ginecologista sócio da empresa, uma funcionária e um técnico. A Polícia Federal investiga se a direção do laboratório orientava os funcionários a reduzir a qualidade e a frequência dos controles de testes para aumentar os lucros da empresa, embora a PCS Lab Saleme tenha negado as acusações.

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