O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou nesta terça-feira, 14, que a recente polêmica envolvendo o monitoramento de transações via Pix está “unindo o povo”. Em vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar criticou a iniciativa do governo federal, destacando a desigualdade nas prioridades de fiscalização.
Nikolas questionou o fato de o governo querer monitorar movimentações acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas, enquanto ignora a realidade de quem vive com um salário mínimo.
– “O governo quer saber como você movimenta R$ 5 mil, mas não quer saber como quem ganha um salário mínimo sobrevive pagando luz, aluguel, educação e comida”, declarou.
Críticas à promessa de não taxação
Nikolas também expressou desconfiança em relação à promessa de que o Pix não será taxado. Ele relembrou promessas não cumpridas pelo governo, como a isenção do Imposto de Renda, o fim do sigilo de gastos da presidência e a redução de impostos em compras internacionais.
– “O governo diz que o Pix não será taxado, mas já vimos outras promessas serem quebradas. Não dá para acreditar”, afirmou.
Ele destacou que os mais afetados serão os trabalhadores informais, como feirantes, ambulantes e motoristas de aplicativo, que já enfrentam dificuldades financeiras.
Impactos no cotidiano dos brasileiros
O parlamentar ironizou as complicações que as novas regras podem causar, como na organização de eventos simples:
– “Até uma ‘vaquinha’ para o churrasco pode virar problema com o Imposto de Renda”, exemplificou.
Nikolas criticou o que chamou de vigilância excessiva aos cidadãos comuns, enquanto políticos e autoridades continuam protegidos por sigilos.
– “Sigilo para o Lula e vigilância para você”, disse, apontando a falta de transparência nos gastos da presidência enquanto o governo monitora o cotidiano dos brasileiros.
Medidas contra a decisão da Receita
Nikolas informou que seu partido, o PL, moverá uma ação de controle de constitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar o monitoramento de transações. Ele também anunciou a coleta de assinaturas para um projeto de lei que impeça a quebra de sigilo bancário sem aprovação do Congresso.
– “Mesmo com a maioria dos ministros do STF sendo indicados pelo PT, não vamos desistir. O PL está agindo para defender os direitos dos brasileiros”, concluiu.
A polêmica reforça um cenário de crescente desconfiança entre o governo e parte da população, especialmente em relação à privacidade financeira e ao impacto de novas regras sobre trabalhadores informais.