O deputado Nikolas Ferreira, presidente da Comissão de Educação da Câmara, acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar uma performance de cunho erótico realizada na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) durante o I Encontro de Gênero, organizado pelo Grupo de Pesquisa Epistemologia da Antropologia, Etnologia e Política (Gaep). A apresentação, protagonizada pela historiadora e cantora Tertuliana Lustosa, gerou polêmica e indignação entre setores conservadores e foi considerada inapropriada para o ambiente acadêmico.
Em vídeo que circula nas redes sociais, Lustosa aparece realizando movimentos provocativos, subindo em uma cadeira e expondo partes íntimas, ao som de músicas consideradas inadequadas. A UFMA anunciou que tomará as “providências cabíveis”, enquanto Nikolas Ferreira cobra uma investigação rigorosa e ameaça solicitar a exoneração de docentes envolvidos na organização do evento, caso sejam comprovadas irregularidades.
O parlamentar alega que, além do teor inadequado da performance, ainda não está claro se menores de idade estavam presentes, o que poderia agravar a situação. Ele também planeja pautar o caso na Comissão de Educação da Câmara e protocolar uma sugestão ao Procurador-Geral de Justiça para apuração de possíveis crimes cometidos durante o encontro.
Esse incidente traz à tona um debate já presente na sociedade sobre os limites entre liberdade acadêmica e manifestações culturais, especialmente em eventos que envolvem discussões sobre gênero e sexualidade. A polêmica também reflete a crescente tensão entre representantes de alas conservadoras, como Nikolas Ferreira, e setores acadêmicos e progressistas, que defendem um ambiente universitário mais inclusivo e aberto à diversidade de manifestações culturais.
O desenrolar dessa investigação pode ter implicações tanto para a gestão das universidades públicas quanto para a forma como temas sensíveis, como gênero e sexualidade, são abordados no ambiente acadêmico.