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terça-feira, 25 novembro, 2025
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Negócio bilionário: número de sindicatos no Brasil ainda passa de 15 mil

Por Alexandre Gomes

Apesar da Reforma Trabalhista, país mantém uma das maiores estruturas sindicais do mundo

Apontado na CPMI do INSS como inspiração para o esquema de descontos ilegais em aposentados — criado para substituir a antiga e lucrativa “contribuição obrigatória” — o sistema sindical brasileiro continua sendo um negócio altamente rentável. Mesmo após a Reforma Trabalhista de 2017, que extinguiu o imposto sindical compulsório, o país ainda abriga cerca de 15 mil entidades entre sindicatos, federações e confederações.

Antes da reforma, eram aproximadamente 17 mil. A redução, portanto, foi mínima, revelando a força de uma estrutura resistente, burocrática e inflada.

Para efeito de comparação internacional:

  • China, com 1,4 bilhão de habitantes: 1.713 sindicatos.
  • Estados Unidos, ícone do capitalismo: 7 mil sindicatos, segundo o Bureau of Labor Statistics.
  • Alemanha, referência em sindicalismo estruturado: menos de 100 entidades.

O contraste escancara o tamanho desproporcional da máquina sindical brasileira.


Herança da CLT criou uma “indústria sindical”

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criada por Getúlio Vargas, instituiu o modelo de unicidade sindical: apenas um sindicato por categoria e por base territorial. Na prática, o sistema virou um Frankenstein corporativista, blindado por regras estatais e sustentado por fontes variadas de arrecadação.

Mesmo após o fim do imposto compulsório, muitas entidades continuaram sobrevivendo graças a:

  • contribuições de associados;
  • taxas assistenciais e confederativas;
  • convênios públicos;
  • taxas descontadas diretamente em folha;
  • cobranças indevidas, como as investigadas pela CPMI.

Brasil supera até países tradicionalmente grevistas

A comparação com a França — país historicamente marcado por greves e mobilizações — é ainda mais gritante. Lá, existem apenas cinco grandes confederações, como a CGT e a CFDT, além de algumas dezenas de sindicatos setoriais. Nada semelhante à proliferação brasileira.


Reforma Trabalhista não mudou o quadro

Apesar da extinção do imposto sindical e do fim da garantia automática de receita, o número de entidades caiu de 17 mil para apenas 15 mil — sinal de que o sistema continua extremamente atraente para grupos que veem no sindicalismo uma oportunidade de arrecadação, influência política e vantagem econômica.

A CPMI do INSS vem revelando que, em alguns casos, o sindicalismo brasileiro extrapolou sua função original e transformou-se em plataforma para esquemas milionários, prejudicando justamente quem deveria proteger: trabalhadores e aposentados.

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