A CPMI que investiga o roubo bilionário contra aposentados e pensionistas deve retomar os trabalhos após o recesso com dois eixos que prometem dominar a agenda: de um lado, as suspeitas envolvendo Fábio Luís Lula da Silva, o “Lulinha”, e o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”; de outro, a frente que envolve o Banco Master, seu controlador Daniel Vorcaro e decisões recentes no Supremo Tribunal Federal (STF) que passaram a ser tratadas por integrantes da comissão como um obstáculo direto às apurações.
Clima de endurecimento na CPMI
Nos bastidores, parlamentares afirmam que a cúpula da CPMI pretende reduzir o “pudor institucional” diante da escalada de atritos com o STF, citando tanto decisões atribuídas ao ministro Dias Toffoli quanto a repercussão de contratos milionários ligados à família de ministro do Supremo com o Banco Master.
Estimativa de prejuízo e foco nos consignados
O relator da CPMI já mencionou uma estimativa de que os prejuízos aos idosos, em operações de crédito consignado não autorizadas e práticas abusivas, podem ultrapassar R$ 90 bilhões — número que a comissão pretende detalhar com base em quebras de sigilo e análises técnicas.
Conflito sobre acesso a documentos
Um dos pontos de maior tensão é a quebra de sigilos envolvendo o Banco Master para apurar o braço financeiro do caso. Parlamentares reclamam que, mesmo com medidas aprovadas pela CPMI, decisões judiciais teriam restringido o acesso da comissão aos documentos no momento em que a investigação avançava.
Repasses e “mensalão” citado nas apurações
No outro eixo, a CPMI deve insistir na convocação de personagens ligados ao núcleo político e de intermediação do esquema, incluindo relatos que associam Lulinha a repasses recorrentes atribuídos ao “Careca do INSS”, citados em depoimentos e mensagens analisadas no âmbito da investigação.
Com os dois temas ganhando tração ao mesmo tempo, a CPMI tende a começar 2026 com disputa de foco, aumento de embates institucionais e pressão por oitivas e documentos considerados-chave para fechar o relatório final.