Martin De Luca afirma que brasileiros evitam protestar por temor de retaliação após 8 de janeiro
O advogado norte-americano Martin De Luca, representante da Trump Media e da plataforma Rumble, afirmou neste domingo (23) que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, “transformou o medo em arma” no Brasil. A declaração foi feita em publicações no X (antigo Twitter), em que o jurista comenta a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro e o clima político no país.
Segundo De Luca, diversos brasileiros têm relatado a ele, em mensagens privadas, que evitam protestar contra decisões do STF por receio de serem alvo de investigações — especialmente após os desdobramentos do 8 de janeiro.
“Muitas pessoas continuam me escrevendo em particular: ‘Os brasileiros não estão protestando porque estão com medo. Depois de 8 de janeiro, Moraes transformou o medo em arma. Qualquer um pode ser o próximo alvo’”, relatou.
O advogado disse compreender o temor da população, mas afirmou que esse medo passa a ser útil aos que concentram poder:
“O poder de Alexandre de Moraes depende de convencer milhões de brasileiros de que eles estão sozinhos e que ninguém os protegerá.”
“Nenhum país estrangeiro pode salvar uma nação que teme se defender”
Em outro trecho, De Luca respondeu a seguidores que pediam interferência internacional:
“Os Estados Unidos podem pressionar, expor abusos e se solidarizar com o povo brasileiro. Mas nenhum país estrangeiro pode salvar uma nação cujos cidadãos têm medo de defendê-la. Os EUA não podem ir às ruas pelos brasileiros.”
Ele também mencionou diretamente o presidente dos EUA, Donald Trump:
“Nem mesmo Donald Trump pode resolver aquilo que os brasileiros não estiverem dispostos a enfrentar.”
“Sociedades só superam o medo quando se unem”
De Luca concluiu dizendo que mudanças políticas só ocorrem quando a sociedade decide agir em conjunto:
“Sociedades só superam o medo quando seus próprios cidadãos se unem e deixam claro que já tiveram o suficiente.”
A declaração do advogado ocorre no momento em que cresce a repercussão internacional sobre a prisão preventiva de Jair Bolsonaro e sobre a atuação de Alexandre de Moraes à frente dos inquéritos relacionados ao 8 de janeiro e ao processo eleitoral.