O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, reagiu publicamente às sanções impostas pelos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky, classificando-as como resultado de ações “covardes e traiçoeiras” articuladas por opositores. Segundo ele, as tentativas de desmoralização internacional não afetarão sua atuação como relator dos processos ligados aos atos de 8 de Janeiro.
Em tom firme, Moraes afirmou que continuará trabalhando normalmente, sem alterar o ritmo dos julgamentos. “O rito processual do Supremo irá ignorar as sanções praticadas, e este relator continuará exercendo suas funções no plenário e na Primeira Turma, de forma colegiada”, declarou. O ministro também prometeu concluir os julgamentos ainda neste semestre, absolvendo onde não houver provas e condenando com base em evidências consistentes.
Moraes aproveitou o momento para afirmar que mais de 700 recursos contra suas decisões já foram analisados e todos foram mantidos pelo colegiado, o que, segundo ele, confirma o respaldo institucional às suas ações. Em sua fala, acusou diretamente setores ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro de incentivarem ataques à Justiça brasileira em fóruns internacionais, chamando esses grupos de “pseudopatriotas” e comparando suas ações às de organizações milicianas.
Para aliados do governo, a resposta de Moraes demonstra soberania e firmeza institucional. Já para parte do campo conservador, a reação do ministro expõe o crescente isolamento do Judiciário perante a opinião pública e reforça a necessidade de limites ao poder concentrado nas mãos de um único magistrado. A sanção dos EUA, embora controversa, reacende o debate sobre o equilíbrio entre os Poderes e o papel do STF na vida política nacional.