O ministro da Defesa, José Múcio, defendeu a libertação de inocentes ou de pessoas que tiveram participação mínima nos atos de 8 de janeiro, afirmando que essa seria uma medida importante para pacificar o país. A declaração foi dada na noite desta segunda-feira (10), durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
Brasil precisa de pacificação, diz Múcio
José Múcio destacou que o Brasil precisa superar o radicalismo e buscar soluções para os problemas reais do país. Para ele, manter pessoas presas sem envolvimento significativo nos atos não contribui para a estabilidade política e social.
“Eu acho que na hora que você solta um inocente ou uma pessoa que não teve um envolvimento muito grande, isso é uma forma de pacificação. Esse país precisa ser pacificado. Ninguém aguenta mais esse radicalismo. Precisamos parar de buscar culpados e focar em soluções”, afirmou o ministro.
Divergências sobre a gravidade dos atos
A fala de José Múcio segue a mesma linha do novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que negou que tenha ocorrido uma tentativa de golpe e afirmou que civis desarmados não poderiam ser responsáveis por um ataque ao regime democrático.
Múcio também questionou a equidade das punições, defendendo que as penas sejam proporcionais ao grau de envolvimento de cada pessoa nos atos de 8 de janeiro.
“Se foi um golpe, que quem organizou pague. Mas aqueles que tomaram seus ônibus e estavam lá apenas tirando fotos? Tinham os que entraram quebrando e os que ficaram do lado de fora. Não se pode dar a mesma pena a quem armou e financiou para aqueles que apenas acompanharam o movimento”, completou.
A declaração do ministro reacende o debate sobre o tratamento dado aos manifestantes e pode fortalecer as discussões sobre o PL da Anistia, que tramita na Câmara e busca rever condenações relacionadas ao 8 de janeiro.