Sonia Guajajara, Ministra dos Povos Indígenas, admitiu nesta terça-feira (16), que o governo liderado por Lula (PT) não conseguiu resolver a crise nas Terras Indígenas Yanomami. De acordo com ela, o governo petista subestimou o problema, e é improvável que a questão seja resolvida até 2024.
“Não é apenas dizer que [a crise] não foi resolvida em 2023. Na realidade, não foi. E provavelmente não será em 2024, considerando a complexidade da situação que enfrentamos. Pegamos o território nessa condição. Pensávamos que era apenas uma crise sanitária, mas havia toda essa questão do garimpo impregnado”, afirmou Guajajara durante uma transmissão ao vivo no Instagram com Weibe Tapeba, secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde.
A ministra indicou que o governo está transicionando de “ações emergenciais” para “ações permanentes de acompanhamento e fiscalização”, discutidas internamente na Casa Civil, chefiada por Rui Costa. O Ministério assumirá a responsabilidade pela estruturação de uma Casa de Governo em Roraima, destinada a monitorar de perto a situação Yanomami e oferecer apoio aos indígenas.
Recentemente, Lula expressou a preocupação de que o país não pode “perder a guerra” contra o garimpo ilegal nas Terras Indígenas Yanomamis na Amazônia. No entanto, passados 12 meses, o combate ainda não foi iniciado. Em janeiro do ano passado, ele decretou estado de emergência de saúde pública na região.
Conforme relatado pelo portal G1, o povo Yanomami continua vivendo em condições precárias. Assim como em 2022, no início deste ano, as imagens de crianças doentes, desnutridas, com ossos à mostra persistem. A maioria das mortes na região é causada por malária, pneumonia e desnutrição.