O Ministério da Saúde optou por ocultar os boletins que contêm informações sobre óbitos e atendimentos médicos na terra indígena Yanomami, resultando em um apagão de dados críticos sobre a saúde da população local.
O último boletim divulgado, referente ao ano de 2023, foi publicado apenas em 2024. Os dados revelam que, no ano passado, 363 indígenas morreram na região, marcando um aumento de 6% em relação ao ano anterior. Além disso, foram registrados 29.900 casos de malária e 7.104 casos de síndrome respiratória aguda grave.
Os graves problemas de saúde enfrentados pelos Yanomami estão frequentemente relacionados ao garimpo ilegal, que polui os rios e provoca intoxicações. Em junho de 2023, os rios ao redor da região apresentaram uma mudança na coloração, deixando de ter o tom marrom barro característico.
Em resposta, o Ministério da Saúde afirmou ao G1 que um balanço atualizado com os dados da situação dos Yanomami será divulgado em breve. A nota do Ministério declarou: “O Ministério da Saúde divulgará em breve um balanço com dados atualizados sobre o povo Yanomami. Para garantir a precisão, os números estão sendo revisados pelas áreas técnicas das secretarias de Saúde Indígena (Sesai) e de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA).”
O Ministério não explicou as razões para a suspensão da divulgação dos boletins informativos.