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quarta-feira, 15 outubro, 2025
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Mendonça bloqueia R$ 390 milhões de sindicato ligado ao irmão de Lula em escândalo bilionário do INSS

Por Alexandre Gomes

Decisão do STF expõe esquema que lesou aposentados e pensionistas; operação amplia crise política e coloca governo Lula sob suspeita

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de R$ 390 milhões em bens e valores do Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas (Sindnapi), entidade cujo vice-presidente é José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão faz parte da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que apura um esquema de fraudes em descontos irregulares de benefícios do INSS.

Embora Frei Chico não seja formalmente investigado, o caso atinge em cheio o entorno familiar e político de Lula, ampliando as críticas sobre a falta de transparência e os privilégios que cercam figuras próximas ao presidente.

Um escândalo que atinge os mais vulneráveis

O bloqueio, autorizado no último dia 6, foi pedido pela Polícia Federal com base em movimentações financeiras consideradas atípicas e suspeitas, envolvendo transferências milionárias do sindicato para pessoas e empresas ligadas à sua diretoria — indícios claros de lavagem de dinheiro e desvio de recursos.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, ressaltou que a medida é necessária para garantir que “o produto do ilícito não permaneça em mãos daqueles que o subtraíram”. Segundo o STF, o montante bloqueado equivale ao valor total dos descontos irregulares feitos entre 2021 e janeiro de 2025 — ou seja, em plena era Lula 3.

Mendonça destacou a “relevante participação dos representados nos ilícitos apurados e no grupo criminoso organizado para lesar aposentados e pensionistas”. Em outras palavras, trata-se de um esquema bilionário montado sobre o sofrimento de idosos e trabalhadores, muitos deles com rendas próximas a um salário mínimo.

Fraude no coração do sistema previdenciário

A Operação Sem Desconto revelou como milhares de beneficiários do INSS foram alvo de descontos indevidos em suas aposentadorias, travestidos de “contribuições associativas” feitas sem autorização.
Na prática, os aposentados estavam pagando compulsoriamente para um sindicato controlado por aliados históricos do PT, enquanto o dinheiro era pulverizado em contas particulares, conforme apontou a PF.

Para muitos analistas, o caso representa um retrato fiel do apadrinhamento político e sindical que o lulismo alimenta há décadas, onde entidades de fachada recebem repasses milionários enquanto o aposentado é quem paga a conta.

Silêncio e contradições

O presidente do Sindnapi, Milton Baptista de Souza Filho, permaneceu em silêncio durante depoimento à CPMI do INSS, amparado por um habeas corpus concedido por Flávio Dino, atual ministro do STF e ex-ministro da Justiça de Lula. A atitude foi interpretada por parlamentares da oposição como “proteção política explícita”.

Durante a sessão, Souza Filho negou envolvimento de Frei Chico na administração do sindicato, dizendo que ele atuava “apenas politicamente”. A declaração, no entanto, reforça a ligação política direta entre a entidade e o entorno do Planalto, ampliando o desgaste do governo.

Críticas e repercussão

Líderes da oposição classificaram o episódio como “mais um escândalo da era Lula”, que repete práticas conhecidas de corrupção sindical e manipulação de aposentados.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nas redes que “os mesmos que prometiam defender o trabalhador estão sendo flagrados saqueando o bolso de quem mais precisa”. Deputados da direita também pediram a convocação de Frei Chico e Milton Baptista para nova oitiva, destacando que o dinheiro desviado é fruto do desconto de idosos e pensionistas — “a parte mais indefesa da sociedade”, como resumiu o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).

Enquanto isso, o Sindnapi tenta se defender, alegando que o bloqueio é “abusivo” e que sua contabilidade é “transparente”. Mas, para a opinião pública, o estrago está feito: o nome do irmão de Lula aparece novamente no centro de um escândalo bilionário envolvendo o INSS — o maior símbolo da confiança do povo com o Estado.

Um governo cercado por suspeitas

O caso reacende o debate sobre a captura política das estruturas sindicais pelo PT, um dos pilares históricos da influência de Lula. Especialistas lembram que o partido sempre se apoiou em sindicatos para financiar campanhas e consolidar poder, e que muitos desses entes se tornaram máquinas de arrecadação opaca, sustentadas por compulsoriedade e falta de fiscalização.

Enquanto o governo tenta abafar o escândalo, cresce a pressão no Congresso e nas redes por investigações independentes e devolução dos valores desviados.

“Lula chegou ao poder dizendo que ia cuidar dos pobres. Hoje, seu entorno é acusado de roubar os pobres — os aposentados”, resumiu um parlamentar oposicionista.

A “fraude do INSS”, como vem sendo chamada, é mais um capítulo de uma série de crises éticas e institucionais que colocam o governo sob desconfiança. E, desta vez, com um agravante simbólico: o dinheiro subtraído pertencia aos que mais acreditaram no discurso de proteção social do lulismo.

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