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sábado, 5 julho, 2025
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Marcon alerta: “Se judicializar o IOF, governo dá golpe de misericórdia na relação com o Congresso”

Por Alexandre Gomes

Deputado destaca derrota histórica do governo Lula e prevê agravamento da crise institucional se STF for acionado

O deputado federal Maurício Marcon (Podemos-RS) classificou como “histórica” a derrota imposta ao governo Lula pela Câmara dos Deputados, que derrubou o decreto presidencial de aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) por impressionantes 383 votos contra 98 — um placar que, segundo o parlamentar, supera até os 342 votos necessários para um processo de impeachment.

Em entrevista ao programa Oeste Sem Filtro nesta quinta-feira (26), Marcon advertiu que qualquer tentativa do Executivo de judicializar a decisão do Congresso poderá provocar uma ruptura ainda mais profunda entre os Poderes da República.

“Se o governo decidir judicializar a questão do IOF, ele vai estar dando talvez o golpe de misericórdia na relação com o Congresso”, afirmou o parlamentar.

Enfraquecimento do governo e crise de confiança na base

Para Marcon, o resultado revela um governo enfraquecido, sem articulação e cada vez mais isolado dentro do próprio Congresso.

“Nunca tinha visto a oposição fazer 383 votos. Isso mostra uma base rachada e um governo que não cumpre o que promete. Muitos parlamentares estão se afastando, percebendo que associar-se ao governo pode ser um erro eleitoral.”

Segundo ele, a falta de palavra do governo e o acúmulo de desgastes políticos têm motivado o distanciamento de parlamentares até então próximos da base governista. “Muitos estão vendo que, para se reeleger, terão que carregar o verde e amarelo — e não a estrela vermelha — nos seus panfletos.”

“IOF atinge o povo, não os ricos”

Marcon também questionou a narrativa do governo, que tenta justificar o aumento do IOF como uma medida voltada às camadas mais ricas da população. O deputado lembrou da “taxa das blusinhas”, recentemente imposta a compras internacionais de baixo valor, como prova de que o discurso oficial não se sustenta na prática.

“Dizer que o IOF atinge só os ricos é uma piada. O mesmo governo que criou uma taxa para produtos de R$ 50 agora vem dizer que quer justiça tributária? É enganar o povo.”

Judicialização pode acirrar tensão entre os Poderes

A possibilidade de o governo recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão do Congresso foi duramente criticada por Marcon. Segundo ele, a judicialização de um tema com derrota tão expressiva seria vista como desrespeito direto à soberania do Legislativo.

“Um processo de impedimento de um ministro do Supremo pode ser aberto a qualquer momento. A tentativa de anular uma votação tão expressiva do Parlamento pode gerar uma reação institucional forte.”

Marcon também sugeriu que medidas como o fim do foro privilegiado e a limitação dos poderes do STF podem ganhar força caso o Judiciário avance sobre competências do Congresso.

Críticas ao aumento de deputados e à liderança do PT

O deputado também não poupou críticas à proposta de aumentar o número de deputados federais, defendida por setores do Centrão e aliados do governo. Para ele, a medida vai na contramão do que o país precisa:

“O Brasil deveria estar discutindo como reduzir o número de parlamentares, não aumentar. Quem votou a favor traiu a vontade do povo e vai ter que prestar contas nas urnas.”

Por fim, Marcon revelou que a liderança do PT está cada vez mais isolada, mencionando o baixo comparecimento a uma reunião convocada pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann, para discutir a votação do IOF.

“A Gleisi chamou os líderes dos partidos aliados. Só dois apareceram. Tem gente que nem responde mais às mensagens dela. O governo está sem narrativa, sem votos e sem perspectiva.”

Cenário de tensão

A votação do IOF expôs com clareza a crise de articulação política enfrentada pelo governo Lula, que vê seu prestígio no Congresso minguar a cada nova votação de impacto.

Para Marcon, o recado foi claro: “O Congresso falou alto. E se o Planalto ignorar, pode dar início a uma crise institucional ainda mais profunda.”

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