Um manifesto assinado por várias siglas da base aliada do governo Lula tem gerado tensões internas no PT, com críticas ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O texto questiona a proposta de cortes de gastos públicos, incluindo limitações em programas sociais como o BPC (Benefício de Prestação Continuada), seguro-desemprego, saúde e educação. A revisão orçamentária, ainda em discussão, deve ser apresentada nos próximos dias.
No manifesto, os signatários acusam o governo de priorizar interesses do mercado financeiro e propõem que os cortes prejudicam conquistas históricas da classe trabalhadora. “Agora querem cortar na carne da maioria do povo”, diz o texto, que também critica a gestão de Jair Bolsonaro (PL) e o cenário fiscal herdado de seu governo.
A disputa interna no PT se intensificou. Enquanto a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, se opõe aos cortes e acusa a mídia de pressionar por sacrifícios para os trabalhadores, aliados de Haddad, como o deputado Emídio de Souza, defendem que o PT deve apoiar a responsabilidade fiscal e não se colocar como oposição à própria gestão.
O racha no PT reflete a pressão para equilibrar as contas públicas enquanto tenta manter as promessas de investimentos em áreas sociais essenciais.