Durante a manifestação em defesa da anistia neste domingo (6), na Avenida Paulista, em São Paulo, manifestantes levantaram batons como forma de protesto simbólico em apoio à cabeleireira Débora dos Santos. Ela se tornou um dos rostos mais conhecidos dos presos após o 8 de janeiro de 2023, ao ser acusada de “usar substância inflamável” por escrever com batom na estátua da Justiça em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) a frase “perdeu, mané”.
O gesto de erguer batons foi uma forma de ironizar a argumentação do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, que considerou o batom como substância inflamável e votou pela condenação de Débora a 14 anos de prisão. O ministro Flávio Dino acompanhou o voto de Moraes. O julgamento, no entanto, foi suspenso após pedido de vista do ministro Luiz Fux.
A mobilização evidenciou o apelo popular crescente por anistia aos presos do 8 de janeiro e o questionamento às decisões consideradas desproporcionais do STF. Com a suspensão do julgamento, Moraes autorizou que Débora cumprisse prisão domiciliar. Ela foi transferida para casa em Paulínia (SP) no dia 29 de março, após mais de um ano detida.
O caso de Débora, especialmente pela simplicidade do “crime” atribuído a ela, ganhou grande destaque nas redes sociais e se transformou em um dos símbolos da luta bolsonarista pela anistia e contra o que chamam de “excessos do Judiciário”.