O início da visita do presidente Emmanuel Macron ao Brasil, passou despercebido na imprensa francesa. Pouco destaque foi dado nos sites, jornais e canais de TV, com reportagens curtas e fora das manchetes. O Le Monde descreve a cena como “um pouco surreal no meio da selva”, referindo-se à encenação entre Macron e o presidente Lula, que ocorreu na ilha de Combu, em Belém, na presença do líder indígena Raoni Metuktire. Raoni, que foi condecorado por Macron com a medalha de cavaleiro da Legião de Honra, expressou sua conexão com Lula e Macron ao dizer: “Considero Lula meu irmão, Macron meu filho”.
Segundo o Le Monde, diante da ausência de acordo sobre questões como as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, os dois líderes aproveitaram para demonstrar uma frente unida na questão climática. Analistas citados pelo jornal destacam o interesse compartilhado de Lula e Macron em liderar a luta contra o desmatamento e em defender os direitos dos povos indígenas, visando proteger a Amazônia e enviar uma mensagem aos seus eleitores.
Por sua vez, o Le Figaro afirma que Lula conta com o apoio de Macron para questões como a reforma das instituições multilaterais, a proteção das florestas tropicais e a luta contra as desigualdades, todas consideradas essenciais pela França. O site France Info destaca o anúncio de uma parceria financeira entre a Agência Francesa de Desenvolvimento, o BNDES e o Banco da Amazônia para investimentos destinados à bioeconomia nos próximos quatro anos, com o objetivo de combinar a conservação das florestas com o desenvolvimento econômico, colocando as comunidades locais no centro das decisões.
