A postagem da Senadora Tereza Cristina destaca uma situação que muitos observadores têm chamado de hipocrisia ambiental por parte da União Europeia (UE). A Comissão Europeia decidiu eliminar a obrigação dos agricultores de deixarem 4% de suas terras em pousio ou preservadas. Essa decisão é interessante, especialmente quando contrastada com a postura da UE em relação ao Brasil e ao seu Código Florestal.
O Código Florestal brasileiro exige que os proprietários rurais preservem entre 20% e 80% de suas terras, uma exigência substancialmente mais rigorosa do que os 4% agora abandonados pela UE. No entanto, a UE parece relutar em reconhecer essa legislação brasileira, impondo barreiras comerciais disfarçadas de padrões ambientais.
A ironia da situação não passa despercebida. Enquanto a UE critica e impõe restrições às exportações brasileiras com base em supostos padrões ambientais mais elevados, ela mesma está recuando em suas próprias exigências. Isso revela uma discrepância significativa entre o discurso e a prática.
Além disso, a visita do presidente francês, Emmanuel Macron, ao Brasil, sem tratar adequadamente esse tema crucial, ressalta ainda mais a questão da hipocrisia. Macron é conhecido por sua defesa da posição europeia em questões ambientais e por sua oposição ao Acordo Mercosul-UE, mas parece não abordar essas preocupações durante seu encontro com Lula.
A ironia atinge um novo patamar com a notícia de que 20 países-membros da UE estão solicitando a suspensão da lei antidesmatamento, uma vez que ela prejudica não apenas os parceiros comerciais, como o Brasil, mas também os próprios produtores rurais europeus. Isso destaca os limites reais da abordagem europeia, que parece basear-se mais em interesses econômicos do que em preocupações ambientais genuínas.
Em resumo, a postagem da Senadora Tereza Cristina expõe com clareza a discrepância entre o que a UE exige dos outros e o que ela mesma pratica. É um lembrete contundente de que as políticas ambientais devem ser consistentes e baseadas em princípios genuínos de sustentabilidade, em vez de interesses políticos e econômicos.