O presidente Lula da Silva, defensor do aumento do consumo público e privado para impulsionar a economia, tem ignorado os alertas sobre os perigos do crescente endividamento do governo e das famílias. Segundo artigo publicado pelo Estadão, as políticas expansionistas adotadas pelo governo estão criando uma falsa sensação de prosperidade no curto prazo, enquanto as previsões econômicas futuras indicam sérios problemas.
Relatórios recentes do Banco Central (BC) e do Tesouro Nacional apontam para um cenário preocupante. O BC projeta que a inflação medida pelo IPCA continuará acima da meta de 3% até 2026, com 4,3% esperados para 2024, 3,7% em 2025 e 3,3% no acumulado de 2026. Paralelamente, o Tesouro Nacional prevê que a dívida pública bruta ultrapassará 81% do PIB a partir de 2026, um aumento expressivo em comparação aos 78% previstos para o final deste ano.
Esses números revelam um futuro fiscal frágil, agravado pela política de gastos de Lula. Apesar dos sinais positivos, como a redução da taxa de desemprego para 6,6% e o crescimento das vendas no comércio varejista em 5,1% de janeiro a julho de 2023, o crescimento econômico tem sido impulsionado pelo consumo alimentado por programas de transferência de renda e aumento de crédito, o que não se sustenta a longo prazo.
O crescimento de 1,4% do PIB no segundo trimestre de 2023, embora acima das expectativas, foi sustentado por esse aumento de gastos, tanto do governo quanto das famílias. A consequência disso é o aumento da inadimplência e a escalada da dívida pública, que o governo tenta conter com artifícios orçamentários, excluindo certas despesas do cálculo fiscal.
Enquanto o governo persiste nesse caminho, o Banco Central tem sido forçado a agir para conter a inflação, elevando a taxa de juros Selic para mitigar as pressões inflacionárias. No entanto, Lula desconsidera essas preocupações e defende suas políticas, chamando o aumento de gastos de “investimento”.
O artigo compara a postura do presidente ao comportamento de Pinóquio no “País das Brincadeiras”, onde, sem responsabilidade, tudo parecia ser permitido até que as consequências inevitáveis se manifestaram. Para o Estadão, o perigo está claro: a manutenção dessas políticas pode levar a um cenário de longo prazo insustentável, sem a correção de rumo necessária para evitar uma crise futura.