A reunião ministerial realizada nesta segunda-feira (20) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi marcada por tentativas de desviar responsabilidades, especialmente em relação à polêmica decisão da Receita Federal sobre o monitoramento de transações via Pix. A medida, que gerou forte repercussão negativa, teria recebido o aval do Planalto antes de ser implementada, mas Lula buscou se eximir de culpa, segundo fontes próximas.
Durante o encontro, o presidente reforçou a proibição de que ministros publiquem portarias sem a aprovação prévia da Casa Civil, um procedimento que já estava em vigor desde o início de seu mandato. O gesto foi interpretado como uma tentativa de transferir a responsabilidade para outras esferas do governo.
Troca de acusações
Após a reunião, surgiram críticas internas e externas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi alvo de descontentamento entre aliados do governo e acabou responsabilizando o governo anterior e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) pela disseminação do que classificou como “fake news” sobre a medida.
Por outro lado, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro reagiram. O senador Flávio Bolsonaro acusou Lula de “covardia” ao não assumir a responsabilidade pela decisão:
“Lula é covarde, como sempre foi a vida toda. Não tem hombridade de assumir culpa dos próprios erros”, declarou o senador.
O deputado Carlos Jordy (PL-RJ) ironizou a narrativa de que o governo teria sido vítima de desinformação:
“Ué, mas a confusão não foi por causa das ‘fake news?’”, questionou.
Impacto na gestão
A reunião, ao invés de trazer soluções, acentuou as tensões no governo e evidenciou a falta de uma estratégia coesa para lidar com as crises. O episódio do Pix foi visto como uma falha de comunicação e planejamento, refletindo um cenário de instabilidade interna em um momento de crescente pressão política e popular.