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sexta-feira, 27 junho, 2025
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Lula recorre à China para intervir no TikTok e escancara obsessão com controle das redes sociais

Por Alexandre Gomes

Em mais um episódio que demonstra sua crescente desconexão com as prioridades do povo brasileiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu ter pedido ao líder chinês, Xi Jinping, que envie um especialista de confiança ao Brasil para tratar de “questões digitais”, com foco especial no TikTok. A declaração, feita durante visita oficial à China e noticiada pelo Estadão, causou forte repercussão e reforçou a narrativa de que o petista flerta com a censura e busca apoio externo para regular as redes sociais.

“Eu perguntei ao companheiro Xi Jinping se era possível ele enviar para o Brasil uma pessoa da confiança para a gente discutir a questão digital – sobretudo o TikTok”, declarou Lula, sem qualquer constrangimento.

Em vez de enfrentar os graves problemas que assolam o Brasil — como desemprego, inflação, escândalos de corrupção e crise institucional — o presidente parece mais preocupado em controlar a informação que circula nas plataformas digitais. A tentativa de importar um modelo de regulação inspirado na China, onde as redes são rigidamente censuradas pelo Estado, é vista por muitos como um atentado à liberdade de expressão.

O próprio pedido de Lula já seria suficientemente polêmico. Mas o constrangimento foi ampliado pela participação da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, que teria interrompido a conversa para criticar o algoritmo do TikTok, que — segundo ela — favoreceria conteúdos de direita. A atitude pegou mal. Integrantes da comitiva relataram ao G1 que a fala de Janja incomodou as autoridades chinesas presentes no encontro.

Lula, por sua vez, se irritou com o vazamento da conversa à imprensa:

“A primeira coisa que acho estranho é como é que essa pergunta chegou à imprensa. Porque estavam só os meus ministros lá, o Alcolumbre e o Elmar. Alguém teve a pachorra de ligar para alguém e contar uma conversa de um jantar muito confidencial e pessoal”, reclamou o presidente.

A tentativa de minimizar o episódio, no entanto, não foi suficiente para apagar a repercussão negativa. A fala de Lula revela o quanto seu governo está mais preocupado em restringir vozes contrárias do que em garantir um ambiente democrático e plural nas redes.

Além disso, a tentativa de contornar o Congresso Nacional no debate sobre regulação digital levanta sérias preocupações institucionais. Desde o arquivamento do PL das Fake News em 2023, o Congresso está alheio ao tema, e especialistas são unânimes ao afirmar que cabe exclusivamente ao Legislativo — e não ao Executivo nem ao Judiciário — deliberar sobre eventuais regras para as plataformas.

Enquanto isso, Lula segue enfraquecido politicamente. Com uma base no Congresso cada vez mais instável, queda contínua nos índices de aprovação e escândalos como o do INSS afetando diretamente sua imagem, o petista tenta fazer do controle das redes sociais uma de suas prioridades — ignorando que a sociedade exige soluções reais e não tentativas autoritárias de silenciar críticas.

“Não é possível a gente continuar com as redes sociais cometendo os absurdos que cometem, e a gente não ter a capacidade de fazer uma regulamentação”, insistiu Lula, em mais uma declaração que reforça a preocupação do governo em censurar conteúdos e controlar a narrativa pública.

O pedido feito a Xi Jinping, além de diplomática e estrategicamente questionável, é um triste retrato de um governo que perdeu o rumo, a conexão com a realidade nacional e agora apela à ajuda de regimes autoritários para conter o desgaste político que ele próprio criou.

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