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quinta-feira, 24 julho, 2025
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Lula recebe MST em meio à semana de invasões em todo o país

Por Alexandre Gomes

Semana de ações coordenadas do Movimento Sem-Terra escancara fragilidade institucional e omissão do Palácio do Planalto diante de ocupações irregulares em todo o país

Em meio a uma semana marcada por uma série de invasões a prédios públicos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, nesta quarta-feira (23), lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Brasília. O encontro gerou duras críticas por parte da oposição e de setores da sociedade civil, que enxergam na atitude do presidente uma clara demonstração de apoio a ações que beiram o ilegal.

A reunião aconteceu durante a chamada “Semana Camponesa”, promovida pelo próprio MST, que já contabiliza, até agora, invasões em 22 capitais brasileiras e em diversas cidades do interior. O próprio movimento divulgou que mais de 17 mil militantes participam das ações — muitas delas com acampamentos improvisados e ocupações de prédios de órgãos públicos, como o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

A ofensiva do MST começou no domingo (20), com a invasão da Secretaria de Agricultura do Estado de Alagoas, e continuou nos dias seguintes com ações coordenadas contra sedes do Incra em Natal, Belém, Boa Vista, Maceió, Aracaju, Brasília, Fortaleza, Cuiabá, Petrolina, São Paulo, Porto Alegre e São Luís, além da sede da Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira) em Itabela, na Bahia.

A atuação do grupo gerou insegurança jurídica, prejudicou o funcionamento de instituições públicas e mobilizou forças de segurança em vários Estados — sem que o governo federal, até o momento, tenha tomado qualquer atitude concreta para coibir ou condenar as invasões.

Durante o encontro com Lula, os dirigentes do MST apresentaram uma série de reivindicações, entre elas:

  • Criação de novos assentamentos;
  • Ampliação do acesso a crédito agrícola;
  • Investimento em infraestrutura, moradia e educação no campo.

O presidente, por sua vez, não condenou as invasões em curso e deu sinais de proximidade com o movimento. A recepção em meio ao avanço das ocupações foi vista como um gesto de conivência e incentivo político, criticado por parlamentares da oposição.

Críticas da oposição: “Conivência institucional com a desordem”

Para críticos do governo, o encontro institucionaliza a aliança entre o Executivo e movimentos que utilizam da ocupação como forma de pressão política. A oposição acusa Lula de “fechar os olhos” para atos que desrespeitam a propriedade pública e privada, além de desacreditar o Estado de Direito ao privilegiar interlocução com grupos que operam à margem da lei.

“O presidente deveria estar defendendo o funcionamento das instituições, não premiando quem as invade. Isso é o oposto de governabilidade e estabilidade democrática”, disse um senador da oposição que preferiu não se identificar.

A repetição dessas ações nos governos petistas reacende o debate sobre a legalidade das práticas do MST e a fragilidade das respostas do Estado diante de pressões organizadas, mesmo quando elas ferem o ordenamento jurídico. O silêncio do governo diante das invasões e a abertura de diálogo imediato com os invasores fortalecem a sensação de impunidade e favorecimento político.

Enquanto o país enfrenta problemas estruturais como a estagnação econômica, insegurança pública e desemprego, o presidente Lula escolhe como prioridade se reunir com militantes que desrespeitam as regras do jogo democrático. A mensagem passada é clara: há grupos que continuam acima da lei ,desde que aliados ao poder.

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