Em um pronunciamento marcado por agressividade, populismo e distorções, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou a rede nacional de rádio e TV, na noite desta quinta-feira (17), para rebater a decisão do presidente Donald Trump, que impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Embora tenha evitado citar o nome do líder norte-americano diretamente, Lula atacou os Estados Unidos, acusando o país de chantagem comercial e espalhamento de “mentiras”.
No entanto, ao invés de apresentar soluções diplomáticas reais ou medidas objetivas para proteger o Brasil, Lula transformou o discurso em palanque político, usou a ocasião para defender o STF, fazer propaganda do controle de redes sociais e atacar a oposição, insinuando até que seus adversários estariam “traindo o país”.
Ataques aos EUA e defesa de aliados no Judiciário
Em pouco mais de quatro minutos de discurso, o presidente afirmou que os EUA teriam feito “chantagem em forma de ameaça às instituições brasileiras”, usando “informações falsas”. A fala, porém, ignora o desequilíbrio crescente nas relações bilaterais e a falta de protagonismo do governo brasileiro nas negociações internacionais.
Lula aproveitou a tensão externa para reforçar sua aliança com ministros do STF, que vêm sendo duramente criticados por ações consideradas autoritárias. Segundo ele, há tentativa de “interferência externa no Judiciário brasileiro”, o que seria, nas palavras do petista, “um atentado à soberania nacional”. A fala causou reações imediatas nas redes sociais, onde usuários classificaram o discurso como “fantasioso e manipulador”.
“Lula fez um pronunciamento cheio de mentiras que será divulgado com uma narrativa mentirosa pela mídia corrompida! Precisamos desmascarar esses verdadeiros traidores da pátria e do povo brasileiro!”, escreveu o comentarista Thiago Asmar, o Pilhado.
Populismo e controle sobre redes
Num tom populista e autoritário, Lula defendeu seu projeto de regulação das plataformas digitais, que críticos apontam como uma forma de institucionalizar a censura no país. “Nenhuma empresa está acima da lei”, disse ele, tentando justificar a proposta como proteção contra “fraudes e desinformação”.
Sem apresentar provas, insinuou que empresas estrangeiras estariam tentando sabotar o Pix, uma das ferramentas de maior aceitação popular no Brasil. “O Pix é do povo. Vamos protegê-lo”, declarou, sem explicar de onde vêm os supostos ataques.
Ameaças comerciais e discurso nacionalista vazio
Ao final, Lula anunciou possíveis retaliações, citando a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Lei da Retaliação. No entanto, não apresentou medidas práticas nem estratégia concreta, limitando-se a frases de efeito e apelos vazios à união nacional, como “O Brasil tem um único dono — o povo brasileiro”.
Apesar de afirmar que “não há vencedores em guerras tarifárias”, Lula agiu como quem pretende alimentar um conflito diplomático e não como estadista que busca solução. Para analistas, o discurso mostra um presidente acuado, tentando usar o conflito com Trump como cortina de fumaça para esconder os fracassos internos de seu governo.
O Brasil precisa de liderança, não de retórica inflamada. Lula perdeu a oportunidade de agir com responsabilidade e preferiu mais uma vez usar a máquina pública para proteger aliados e silenciar críticas — enquanto a economia e a diplomacia afundam.