O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tornou-se alvo de uma moção de repúdio na Câmara dos Deputados após participar das celebrações do “Dia da Vitória” em Moscou, na Rússia. O evento, promovido pelo presidente russo Vladimir Putin, contou com a presença de 19 líderes internacionais classificados por críticos como autocratas ou ditadores.
A iniciativa de repúdio partiu do deputado federal Sanderson Zucco (PL-RS), líder da oposição, e foi encaminhada à Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN). No documento, o parlamentar acusa Lula de “afrontar a ordem internacional e os valores democráticos previstos na Constituição brasileira”.
“Lula não apenas envergonha o Brasil, ele agride frontalmente os princípios da política externa brasileira, como a prevalência dos direitos humanos e a defesa da paz”, afirmou Zucco, criticando a presença do presidente brasileiro em um desfile militar com forte simbolismo soviético e uso político por parte do governo russo.
Entre os chefes de Estado presentes estavam Nicolás Maduro (Venezuela), Miguel Díaz-Canel (Cuba), Xi Jinping (China), Aleksandr Lukashenko (Bielorrússia), Abdel Fattah al-Sisi (Egito), entre outros. A lista inclui líderes acusados de violações de direitos humanos e repressão a opositores.
Zucco também apontou que a presença de Lula fortalece a narrativa do Kremlin diante da guerra na Ucrânia, sendo usada como propaganda política por Putin. “Não é possível sustentar um discurso de neutralidade enquanto se desfila ao lado de um agressor internacional”, declarou.
Procurado pelo site Poder360, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, defendeu a presença do presidente brasileiro no evento e minimizou as críticas. “Não vejo problema nenhum”, afirmou.
A participação de Lula reacende o debate sobre o alinhamento internacional do governo brasileiro e a postura do país diante de regimes autoritários.
A moção de repúdio ainda será analisada pela comissão responsável.
