Declarações do presidente petista voltam à tona após nova cirurgia de Bolsonaro; internautas e parlamentares reagem com indignação
A nova cirurgia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizada na última semana para tratar complicações graves decorrentes da facada que sofreu em 2018, reavivou uma fala polêmica e revoltante do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista à BBC News Brasil, Lula lançou dúvidas sobre a veracidade da tentativa de homicídio, afirmando, de forma debochada, que “tinha suspeitas” de que a facada realmente ocorreu.
“Você garante a mim o direito da dúvida?”, questionou o petista, ao tratar com cinismo um dos episódios mais traumáticos da política brasileira recente. “Se aconteceu, aconteceu”, completou, como se a vida de um adversário político fosse um detalhe descartável.
A entrevista viralizou nas redes sociais nesta segunda-feira (15), provocando revolta de parlamentares, apoiadores e cidadãos comuns, que classificaram a fala de Lula como “desumana”, “cruel” e “indigna de um chefe de Estado”. O deputado Carlos Jordy (PL-RJ) foi direto ao publicar um trecho da entrevista:
“Em meio à nova cirurgia do presidente Bolsonaro, precisamos mostrar a insensibilidade de Lula. Veja o que o descondenado já falou sobre a facada. É irresponsável e desumano. E ainda há quem defenda esse lixo!”
Na entrevista, Lula chegou a questionar a ausência de sangue visível e a rapidez com que Bolsonaro concedeu uma entrevista ao senador Magno Malta logo após o atentado. Ao ser confrontado pela repórter, ironizou:
“Você me convenceu, sabe, dizendo ‘eu sou prova de que ele tomou a facada’.”
A fala, que mistura sarcasmo, negacionismo e frieza, representa um nível preocupante de desrespeito à verdade e à dignidade humana, vindo justamente de alguém que ocupa a Presidência da República.
Uma retórica orquestrada na esquerda
A negação do atentado contra Bolsonaro não é exclusividade de Lula. Petistas e influenciadores alinhados ao governo alimentam há anos uma narrativa perversa, sugerindo que o ataque teria sido forjado. O ativista Thiago dos Reis já afirmou que a facada foi “a maior fraude da história”, enquanto o portal Brasil 247, porta-voz extraoficial do petismo, produziu um documentário duvidando do atentado, intitulado “Bolsonaro e Adélio – Uma fakeada no coração do Brasil”.
Já o ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, zombou da situação em 2022, chamando o episódio de “fakeada” e acusando Bolsonaro de usá-la para fins políticos. Em 2024, após o atentado contra Donald Trump, o deputado André Janones (Avante-MG) chegou ao cúmulo de sugerir que o ex-presidente brasileiro teria “ensinado” o atentado:
“Agora sabemos o que o miliciano foi fazer nos EUA assim que deixou a presidência”, postou, referindo-se ao atentado como “exemplo”.
Indignação generalizada
O tom de desprezo pela vida de um adversário político exposto nessas falas gerou indignação mesmo entre pessoas que não votaram em Bolsonaro. A percepção é clara: a política brasileira atingiu um novo patamar de desumanização, no qual a violência real é relativizada por interesses partidários.
Enquanto Bolsonaro encara novas cirurgias e sequelas permanentes, Lula e aliados zombam de sua dor. Uma postura indigna, cruel e inaceitável para qualquer cidadão — muito mais para um presidente da República.