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sexta-feira, 4 julho, 2025
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Lula insiste em soluções antigas para desafios novos: Tragédia no RS e Petrobras sob o mesmo paradigma

Por Marina B.

Lula não se aventura em experimentações. Suas escolhas sempre se baseiam em antigas convicções – ou, se preferir, em hábitos arraigados -, seja para lidar com a Petrobras ou enfrentar a catástrofe que assolou boa parte do Rio Grande do Sul.

A abordagem de uma crise sem precedentes dentro de uma crise maior, exigiria um esforço político notável para estabelecer alguma forma de coordenação e controle centralizados. O maior obstáculo reside no pacto federativo e na autoridade conferida ao governador do Estado, que não tem controle sobre todas as instâncias (como as federais) das quais precisa.

Para lidar com o desastre no Sul, Lula instituiu um ministro extraordinário sem poderes plenos, que é abertamente rival das forças políticas no comando do Estado e aspirante a substituí-las nas próximas eleições para governador. Mas é uma oportunidade significativa para que Lula assuma seu papel preferido: o de salvador da pátria.

“Devemos operar como uma orquestra”, afirmou Lula em relação aos Poderes e sua atuação na crise. Mas, como se sabe, uma orquestra não funciona sem um maestro. Quem irá reger a resposta à tragédia? E, igualmente importante, de quem será a partitura?

No caso da Petrobras, a troca do presidente da estatal é influenciada pelo velho ranço sindicalista, tão fundamental na formação de Lula. Sua característica principal é a aliança nacional desenvolvimentista com empresários que preferem pouca competição e muitos incentivos estatais, uma aliança que perdura há décadas. Além disso, há grupos políticos que transformam partes da máquina pública em ferramentas para defender seus próprios interesses.

Lula não considera que os desafios enfrentados pela Petrobras e pelo Rio Grande do Sul estão ligados a fatores externos, incluindo a transição energética (e, por conseguinte, fenômenos climáticos extremos), que está no centro das estratégias das grandes economias. Fabricar navios não tornará o país mais forte.

Os resultados do nacional desenvolvimentismo indicam um grande fracasso. Especialistas repetem que grande parte do sofrimento causado pela tragédia climática, está relacionada à falta proverbial de capacidade de planejamento e implementação de políticas públicas em vários níveis.

Lula afirma que seguirá o único caminho que conhece. Ele contará com as mesmas forças de sempre, apesar das mudanças domésticas e internacionais. Mas a voz interior, a única que Lula ouve, assegura que desta vez dará certo.

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