Na noite deste domingo (28), o presidente Lula (PT) fez um balanço dos 18 meses de seu terceiro mandato em um discurso transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão. O pronunciamento, que durou 7 minutos e foi gravado na última sexta-feira (26), apresentou uma visão excessivamente otimista e publicitária da gestão, distantes da realidade enfrentada pelos brasileiros.
O presidente tentou promover uma imagem positiva da economia, que, na prática, está longe de ser robusta. Além disso, os programas sociais, alvo de críticas por não serem acompanhados de investimentos adequados para efetiva transformação socioeconômica, foram destacados como realizações.
Lula, em um governo com 39 ministérios e que recorre frequentemente a impostos e taxas para equilibrar as contas, fez uma declaração surpreendente: assegurou que manterá a responsabilidade fiscal. Essa afirmação contradiz suas declarações anteriores e o posicionamento conflitante com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“Não abrirei mão da responsabilidade fiscal. Entre as muitas lições que recebi de minha mãe, dona Lindu, aprendi a não gastar mais do que ganho”, disse o presidente, contradizendo-se.
Lula também elogiou o impacto das políticas fiscais, mencionando que a responsabilidade fiscal permite auxiliar a população do Rio Grande do Sul e que a recente reforma tributária vai simplificar a economia e reduzir o custo de alimentos e produtos essenciais. Ele ainda afirmou que a indústria brasileira está voltando a ser um motor de desenvolvimento após anos de estagnação.
No discurso, Lula não deixou de criticar o governo anterior de Jair Bolsonaro (PL), alegando ter herdado um “rombo bilionário”, uma afirmação que foi desmentida pelo ex-ministro Paulo Guedes e pelo próprio Bolsonaro.
“O Brasil estava em ruínas. Diziam defender a família, mas deixaram milhões de famílias endividadas, empobrecidas e desprotegidas. Falar sobre reconstrução e futuro é o que importa agora. Antes mesmo de começarmos a governar, tivemos que buscar recursos para cobrir o rombo deixado pela administração anterior”, afirmou Lula.