O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parece alheio à realidade da segurança pública no Rio de Janeiro, onde — segundo especialistas — já ocorre uma verdadeira guerra civil entre o Estado e o crime organizado. A análise é do jornalista Cláudio Humberto, publicada em sua coluna no Diário do Poder.
De acordo com o ex-capitão do BOPE Rodrigo Pimentel, roteirista do filme Tropa de Elite, a situação no Rio deixou de ser apenas disputa por pontos de venda de drogas. O que está em curso, diz ele, é uma guerra pelo controle de territórios, em que facções como o Comando Vermelho dominam regiões inteiras e passam a governar essas localidades.
Pimentel também destacou que o problema não se limita ao Rio de Janeiro. Segundo ele, o avanço do controle territorial do crime chegou a cidades do Ceará e da Bahia — estados governados pelo PT —, o que reforça o caráter nacional da crise de segurança.
“Narcoterrorismo” e omissão federal
Cláudio Humberto observa que, ao mobilizar 2,5 mil policiais contra o Comando Vermelho, as forças de segurança do Rio estão defendendo o Estado brasileiro contra o avanço do que ele chama de “narcoterroristas”.
O jornalista ironiza o distanciamento de Lula do tema: “Nem vê quem é o inimigo”, escreve. Segundo ele, o presidente recusou ajuda dos Estados Unidos para o combate ao narcotráfico justamente para não classificar traficantes como terroristas, preferindo retratá-los como “vítimas sociais”.
Enquanto isso, na Argentina…
Enquanto Lula evita o embate com as facções, o presidente argentino Javier Milei adotou postura oposta. Ele incluiu o PCC e o Comando Vermelho na lista oficial de grupos terroristas do país — o Repet, que registra organizações e indivíduos dedicados a práticas de terrorismo.
Para Cláudio Humberto, a omissão de Lula diante do narcotráfico e da escalada de violência reflete uma desconexão perigosa com a realidade vivida pela população nas comunidades e pelas forças de segurança que enfrentam diariamente o poder paralelo das facções.
“Enquanto o governo brasileiro prefere discursos ideológicos e relativiza o crime, policiais morrem e o tráfico expande fronteiras”, resume o colunista.