No evento do Dia do Trabalhador (01/05), realizado na sede do Corinthians em São Paulo, o presidente Lula (PT), além de passar o vexame de ter um pífio público, fez uma fervorosa defesa do pré-candidato Guilherme Boulos (PSOL) à Prefeitura de São Paulo, descrevendo a eleição deste ano na cidade como uma “verdadeira guerra”. Lula aproveitou a ocasião para convocar seus eleitores a apoiarem Boulos na disputa eleitoral e explicitamente pediu votos para o pré-candidato, o que constitui crime eleitoral.
Lula reclamou da falta de público, não só culpou o seu ministro pelo fracasso, como o ameaçou dizendo que aquilo não ficaria assim. Porém seguiu tentando minimizar o vexame. “Estou acostumado a falar para mil, para 1 milhão, mas também, se necessário, falo para uma pessoa maravilhosa que está ali na minha frente”.
A presença conjunta de Lula e Boulos no palco levantou questões legais, com especialistas apontando possíveis crimes eleitorais devido à antecipação da campanha eleitoral e ao pedido explícito de voto feito por Lula em favor de Boulos. Advogados consultados alertaram para a ilegalidade desse tipo de abordagem, que poderia resultar em multas significativas para os envolvidos.
A pré-campanha do principal adversário de Boulos, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), anunciou que irá tomar medidas legais contra Lula e Boulos devido ao incidente. Outros pré-candidatos também se manifestaram sobre o assunto, ressaltando a importância do cumprimento das leis eleitorais.
Apesar das controvérsias, tanto Lula quanto Boulos enfatizaram a importância da eleição municipal como um confronto nacional contra o bolsonarismo, representado pela figura de Nunes em São Paulo. Boulos destacou a necessidade de derrotar o bolsonarismo em todas as cidades do Brasil, incluindo São Paulo, o que na visão da maioria da população, não passa de utopia.
A presença de Lula foi vista como uma estratégia importante para mobilizar eleitores nas periferias e entre os segmentos mais vulneráveis da população, onde o atual prefeito tem boa aceitação. No entanto, as críticas sobre o uso indevido de recursos públicos e estrutura sindical para promover interesses políticos foram levantadas pela oposição e serão usadas pela oposição.
Enquanto os debates jurídicos continuam sobre as implicações legais das declarações de Lula e Boulos, a campanha eleitoral formal só terá início após meados de agosto, quando as candidaturas estiverem devidamente registradas na Justiça Eleitoral. Até lá, o cenário político em São Paulo promete continuar acalorado e repleto de disputas legais.
Lula Elogia Alckmin em Discurso Explosivo
Em seu discurso, Lula também fez um afago a todos os ministros presentes, especialmente ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), de quem cobrou publicamente agilidade na última semana. Um tipo de pito ao vivo. Alckmin surpreendeu usando um boné da Cut, justamente quem mais entrou em confronto com o vice-presidente, na época que era governador de São Paulo. Mas depois do vexame do Alckmim durante a campanha de 2022, onde ele enalteceu Lula, ao gritar entusiasmadamente “Lula, Lula, viva Lula…”, isso depois de dizer que Lula queria voltar a cena do crime, usar um boné da CUT, é até mais fácil.
O presidente disse que tem sorte de trabalhar com o vice e classificou seu trabalho como extraordinário.
No dia 22, Lula havia pedido que o vice, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, fosse “mais ágil”.
“Isso significa que o Alckmin tem que ser mais ágil, tem que conversar mais. O Haddad, ao invés de ler um livro, tem que perder algumas horas conversando no Senado e na Câmara. O Wellington [Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social], o Rui Costa [ministro da Casa Civil], passar maior parte do tempo conversando com bancada A, com bancada B”, afirmou Lula na ocasião, ao cobrar seus ministros pela articulação com o Congresso.
Lula cobra todos, responsabiliza todos por seus fracassos e nunca admite saber de algo ou nem mesmo ter algo. Tudo sempre foi dos amigos.
Um presidente sem povo, sem apoio e visivelmente sem eleitores.
O Brasil pergunta: Por onde andam os 60 milhões de eleitores do Lula, que desde a sua vitória, nunca foram vistos em lugar nenhum?