A ausência de Lula na cúpula dos Brics, apesar de ter sido justificada por um acidente doméstico, pode ser vista como uma estratégia para evitar desgaste político. A proximidade com regimes autoritários como os de Rússia, Venezuela e Irã tem sido alvo de críticas tanto internas quanto externas, e a ausência de Lula evita que ele apareça publicamente ao lado desses líderes em um momento delicado da política internacional.
Lula, em várias ocasiões, mostrou simpatia por regimes que enfrentam críticas por práticas antidemocráticas. Isso gerou controvérsias, especialmente em um contexto onde o Brasil tem laços históricos com o Ocidente, mas o petista tem buscado um equilíbrio entre esses blocos, o que nem sempre é bem-visto por todos os setores políticos.
Ao evitar a viagem, Lula também se livra de ter que lidar diretamente com polêmicas como o apoio a um plano de paz para a Ucrânia, que favorece a Rússia, ou pedidos de regimes autoritários latino-americanos como Venezuela e Nicarágua para entrarem no Brics. Isso preserva sua imagem e evita críticas, especialmente em um momento em que sua política externa tem gerado atritos e impactado sua popularidade.
A decisão de Lula de acompanhar a cúpula por videoconferência e enviar o chanceler Mauro Vieira em seu lugar ajuda a minimizar os possíveis danos à sua reputação, preservando sua imagem de líder que busca o diálogo internacional sem se comprometer excessivamente com regimes controversos.