Sob intensa pressão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem enfrentado uma crescente onda de críticas e dificuldades tanto no cenário interno quanto internacional., anuncia matéria da Gazeta do Povo. Na metade de seu mandato, os principais desafios vêm da economia, das incertezas políticas domésticas e de uma política externa considerada por muitos como desastrosa.
Economia e a realidade fiscal
O quadro econômico é alarmante, com investidores e agentes de mercado cada vez mais céticos quanto à capacidade do governo de implementar um ajuste fiscal robusto. Apesar das promessas de equilíbrio feitas em reuniões com bancos, Lula insiste em relativizar a gravidade da situação fiscal, classificando programas sociais como “investimentos” e minimizando a necessidade de cortes. Esse discurso contraditório gera insegurança nos mercados e piora o quadro econômico, com a dívida pública em trajetória ascendente — de 71,7% do PIB ao início do mandato, agora prevista para 84,1% em 2026, segundo a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado.
A desvalorização do real frente ao dólar, que já ultrapassa 16% neste ano, reflete esse ceticismo. A falta de clareza nas decisões do governo contribui para o cenário de incerteza, gerando desconfiança entre investidores e intensificando a saída de capitais. Enquanto isso, o Banco Central enfrenta pressão para manter os juros elevados, complicando ainda mais o cenário para o consumidor e para o desenvolvimento econômico.
Divergências internas e resistência ao ajuste fiscal
Ministros como Fernando Haddad e Simone Tebet têm alertado Lula para a necessidade de cortes, mas a relutância do presidente em assumir medidas impopulares dificulta a execução do ajuste. Essa resistência pode gerar impacto direto em seu plano de reeleição, pois a instabilidade econômica afetará negativamente o poder de compra e a confiança do eleitorado. Lula parece preso a um discurso de campanha, desconectado das realidades orçamentárias que afetam seu governo e seu partido.
Repercussão negativa na política externa
No cenário internacional, a atuação de Lula tem sido alvo de críticas e perdeu influência significativa na América do Sul. Sua postura ambígua e as reações controversas a crises como a invasão da Ucrânia e os conflitos no Oriente Médio fragilizaram a imagem do Brasil. Na ONU, seu discurso foi recebido com ceticismo, e seu alinhamento a governos de esquerda na América Latina, como Venezuela e Cuba, gerou desconforto entre aliados globais.
Pressão doméstica e desafios nas eleições de 2024
A crescente desaprovação da população também se reflete na esfera política. O resultado das eleições municipais de 2024 pode enfraquecer ainda mais o PT, forçando Lula a buscar alianças com partidos de centro, que demandam maior espaço no governo. Além disso, a relação entre o STF e o Congresso, que atualmente gira em torno das polêmicas emendas parlamentares, pode explodir em uma crise institucional, afetando diretamente a governabilidade.
Em resumo, Lula enfrenta um cenário desafiador: sua política econômica é considerada pouco convincente, sua posição internacional é enfraquecida, e o apoio popular, um tanto desgastado, pode continuar a diminuir. O presidente terá que escolher entre a manutenção de sua retórica populista ou o enfrentamento pragmático das realidades fiscais e políticas que ameaçam seu governo.