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terça-feira, 8 outubro, 2024
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Lula depende de Boulos para escapar de vexame eleitoral total

Por Alexandre Gomes

A derrota esmagadora da esquerda no primeiro turno das eleições municipais deste domingo (6), ainda, não deve ser vista como uma previsão para 2026 em nível federal, mas o presidente Lula (PT) tem motivos de sobra para se preocupar. O fracasso nas capitais, e Brasil afora, cristaliza um cenário que começou a se desenhar no pleito de 2016, ano do impeachment da petista Dilma Rousseff.

Após ser humilhado em 2020 em São Paulo, cidade em que o PT disputou com a centro-direita o comando ao longo de duas décadas, Lula deu a Guilherme Boulos (PSOL) a missão de confrontar o bolsonarismo e antecipar o clima de 2026. No entanto, a divisão dos conservadores, com um terço apoiando o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e outro terço com o Pablo Marçal (PRTB), dificultou a tarefa de Boulos.

O segundo turno pode até acender a chama da polarização, mas Boulos enfrenta um desafio monumental. É virtualmente impossível que os 28% de votos válidos que quase levaram Marçal ao segundo turno migrem para o deputado do PSOL. Nesse cenário difícil, Boulos tem a missão de livrar a cara da esquerda lulista neste pleito, com o PT indo ao segundo turno em apenas quatro capitais, incluindo São Paulo, com chances duvidosas.

As vitórias de João Campos (PSB) em Recife e de Eduardo Paes (PSD) no Rio de Janeiro são exceções, mas ambos são aliados de Lula com agendas próprias e tampouco são do PT. Gilberto Kassab (PSD) é um exemplo de como a centro-direita predomina no cenário político atual. Se Boulos conseguir vencer, Lula poderá cantar vitória, mas suas dificuldades continuarão as mesmas.

A desconexão de Lula com o eleitorado e a falta de um discurso que penetre o reduto bolsonarista dos evangélicos e são desafios significativos . Em dois anos, Lula precisará encontrar uma forma de se conectar com as classes médias urbanas e os evangélicos. Sem um sucessor ungido e viável, Lula caminha sozinho para descobrir qual campo de direita enfrentará em 2026. A força política de Bolsonaro, mesmo fora do cargo, continua a influenciar o cenário, com seu apoio a candidatos como Tarcísio e sua capacidade de mobilizar uma base fiel de eleitores.

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