O presidente Luiz Inácio Lula da Silva corre riscos ao desconsiderar princípios básicos da economia, colocando em xeque tanto a política econômica de seu governo quanto sua própria reeleição. Embora tenha sido um dos principais beneficiários da política de superávits primários durante seus dois primeiros mandatos, agora critica essa mesma política, que desempenhou papel crucial na estabilização da economia.
Durante um café da manhã com jornalistas, Lula questionou a classificação de gastos com saúde, educação e empréstimos a famílias de baixa renda, confundindo conceitos fundamentais. Todos os gastos do governo, inclusive investimentos, pressionam inicialmente o endividamento público e a inflação. Somente uma alocação eficaz desses recursos pode aumentar a produtividade no longo prazo.
Embora seja louvável o aumento dos gastos sociais durante seu governo, é essencial que isso ocorra dentro de um contexto de controle das contas públicas. A falta desse controle compromete a sustentabilidade dessas políticas a longo prazo.
Além disso, ao criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, Lula demonstra falta de reconhecimento pelo papel técnico da instituição, assim como sinaliza uma possível interferência na política monetária. Tal postura pode aumentar os juros futuros e desvalorizar o real, prejudicando seu próprio governo.
Por fim, ao comparar a dívida brasileira com a de outros países desenvolvidos, Lula ignora as diferenças fundamentais entre suas economias e a situação da zona do euro. O Brasil precisa focar em resolver seus próprios problemas econômicos, em vez de se comparar com contextos alheios.
Com o país polarizado e o cenário político cada vez mais desafiador, Lula não pode dar-se ao luxo de errar na economia se quiser ser reeleito. É essencial que seu governo busque a estabilidade econômica e evite repetir os erros do passado, aprendendo com as lições da história. Comparado aos seus outros mandatos, Lula nunca errou tanto e isso já ficou claro através das recentes pesquisas. Se a eleição fosse hoje, Lula jamais seria reeleito. Aliás ainda não ficou claro, como um presidente sem povo, sem apoio, ganhou a eleição.