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quarta-feira, 4 junho, 2025
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Lula aposta em imagem pessoal para 2026 e ataca oposição: “Se eu estiver bonitão, a ‘extrema direita’ não volta”

Por Alexandre Gomes

Durante discurso no congresso nacional do PSB, neste domingo (1º), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a adotar um tom arrogante e personalista ao projetar sua possível candidatura à reeleição em 2026. Ignorando as crescentes críticas à sua gestão e a queda em índices de aprovação, Lula afirmou que, se depender dele, a direita não voltará ao poder — tudo isso, segundo suas palavras, “se ele estiver bonitão, apaixonado e motivado”.

“Podem ter certeza de uma coisa: se eu estiver bonitão do jeito que estou, apaixonado do jeito que estou e motivado do jeito que estou, a extrema direita não volta a governar esse país”, disse Lula diante de aliados em Recife.

A fala expõe não apenas o tom debochado e autoconfiante do presidente, mas também o desprezo crescente com que o petista trata os adversários políticos, classificando qualquer posição divergente como “extrema direita”. Lula não mencionou nomes, mas o avanço de lideranças como Michelle Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) nas pesquisas de intenção de voto tem gerado incômodo visível dentro do Planalto.

Ataques à oposição e proteção ao STF

No mesmo evento, o presidente apelou à eleição de uma maioria esquerdista no Senado para evitar o que chamou de tentativa de “avacalhar a Suprema Corte”. A declaração causou forte repercussão, especialmente por evidenciar que Lula vê o Senado como uma barreira contra qualquer tentativa de responsabilizar ministros do STF, inclusive diante de demandas crescentes da sociedade por equilíbrio entre os poderes.

“Precisamos ganhar maioria no Senado, senão esses caras vão avacalhar a Suprema Corte. Não é porque a Suprema Corte é uma maçã doce. É porque precisamos preservar as instituições”, disse Lula, sem mencionar os abusos cometidos por ministros, que vêm sendo denunciados por juristas, parlamentares e até entidades internacionais.

A crítica mais direta foi à tentativa dos Estados Unidos de avaliar os atos do ministro Alexandre de Moraes em relação à censura nas redes sociais. Lula, no entanto, ignorou o mérito das preocupações internacionais com a liberdade de expressão e preferiu desviar o foco:

“Os EUA querem analisar o Alexandre de Moraes porque ele quer prender um cara brasileiro que está lá nos EUA fazendo coisa contra o Brasil o dia inteiro. Que história é essa de criticar a Justiça brasileira?”, disparou.

Um presidente em bolha

O discurso de Lula, recheado de frases de efeito, ataques à direita e defesa incondicional do STF, reflete o distanciamento do presidente em relação à realidade que o país enfrenta. Com inflação persistente, insegurança pública e desconfiança crescente sobre a imparcialidade das instituições, o presidente parece mais interessado em blindar seus aliados e alimentar sua própria imagem do que em propor soluções concretas.

Ao reduzir o futuro do Brasil à sua aparência pessoal e ao romantismo de palanque, Lula parece ignorar que a democracia se constrói com alternância de poder — e não com a exclusão sistemática de quem pensa diferente.

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