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sábado, 28 dezembro, 2024
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Lira nega irregularidades em uso de emendas envia esclarecimentos a Flávio Dino

Por Alexandre Gomes

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, negou irregularidades no uso das emendas de comissão bloqueadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, nesta semana. Em resposta ao bloqueio de R$ 4,2 bilhões, Lira enviou um documento nesta sexta-feira, 27, com esclarecimentos sobre o uso das verbas, buscando sanar dúvidas levantadas na decisão judicial.

Reuniões e Articulações

Na quinta-feira, Lira realizou dois encontros importantes para tratar do tema. Primeiro, reuniu líderes partidários em sua residência oficial. Mais tarde, esteve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada. Após as reuniões, Lira anunciou que enviaria um relatório ao ministro Dino para detalhar o processo de utilização das emendas.

“O procedimento de encaminhamento da relação de apadrinhamento obedeceu critérios rigorosos de análise da Secretaria Especial para Assuntos Jurídicos, dos ministérios da Fazenda e do Planejamento, e da Advocacia-Geral da União”, afirmou o presidente da Câmara no documento.

Aprovação Dentro da Legalidade

O relatório enviado por Lira ao STF destaca que a aprovação das emendas seguiu o ciclo legislativo orçamentário de 2023, respeitando todas as normas legais. Segundo ele, não houve desobediência a ordens judiciais.

“As emendas de comissão são aprovadas no âmbito do processo de apreciação da Lei Orçamentária Anual, com sugestões feitas por parlamentares e aprovadas formalmente pelos colegiados. A indicação dos projetos beneficiários ocorre posteriormente, no acompanhamento da execução orçamentária pelo Legislativo”, esclarece o texto.

O documento também enfatiza que as emendas, após aprovadas e sancionadas, não possuem caráter vinculante para o Poder Executivo, conforme estipulado pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024.

Suspensão e Investigações

O bloqueio das verbas pelo ministro Flávio Dino ocorreu na segunda-feira, 23, atendendo a um pedido do Psol. Dino também autorizou a Polícia Federal (PF) a investigar o caso após Lira cancelar a última semana de reuniões das comissões, priorizando a aprovação de projetos em plenário, incluindo o pacote de cortes de gastos do governo Lula.

Segundo Lira, o cancelamento das comissões visava concentrar esforços na pauta de votações. Ele garantiu que as indicações de recursos ocorreram dentro da legalidade e que a Câmara mantém diálogo institucional com os Poderes Executivo e Judiciário para melhorar a transparência e eficiência no orçamento.

O Impasse Político

O bloqueio das emendas de comissão e a determinação de investigação pela PF intensificaram o clima de tensão entre os Poderes. Enquanto o governo federal tenta implementar medidas de ajuste fiscal e corte de gastos, parlamentares acusam o Judiciário de interferir no processo legislativo.

A questão também reacendeu o debate sobre a transparência no uso de emendas parlamentares e a necessidade de maior controle sobre a execução orçamentária. Para Lira, as medidas adotadas pelo STF são excessivas e dificultam a autonomia do Legislativo na distribuição de recursos.

A resposta de Lira é vista como uma tentativa de preservar a imagem da Câmara em meio a suspeitas de irregularidades, além de reforçar sua posição política diante do governo e do Judiciário. O desfecho do caso dependerá das próximas decisões do STF e das investigações conduzidas pela Polícia Federal.

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