Líder do PT admite crescimento da pressão no Congresso e teme articulação de Tarcísio de Freitas
A mobilização pela aprovação de um projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro tem avançado de forma significativa na Câmara dos Deputados e já provoca desespero entre governistas. O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Casa, fez duras declarações contra o movimento e admitiu a preocupação com a pressão crescente para que a proposta seja pautada.
Segundo Lindbergh, partidos como União Brasil, PP e Republicanos já cobraram a inclusão do tema na agenda de votações durante reunião de líderes. A expectativa é que a matéria seja apreciada logo após o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF).
Tarcísio articula e muda o jogo em Brasília
O estopim para a reação petista foi a presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em Brasília. O chefe do Executivo paulista tem conversado com diferentes siglas e atua diretamente para convencer o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar a proposta de anistia.
“É um grave erro qualquer discussão para pautar a anistia”, reclamou Lindbergh. “Existe essa discussão, cresceu um movimento com a presença aqui do governador de São Paulo, Tarcísio, de colocar em discussão essa questão da anistia para depois do julgamento.”
Medo de 2026: Tarcísio no radar do PT
O petista também acusou Tarcísio de usar a bandeira da anistia como trampolim político para consolidar uma candidatura presidencial em 2026. “Tarcísio, pelo jeito, está construindo um caminho para virar o candidato de todo mundo, ao assumir dessa forma essa pauta. Agora, é claro que o Tarcísio vai pagar o preço por isso”, afirmou.
Apesar das críticas, Lindbergh reconheceu que a estratégia fortalece o governador paulista no cenário nacional.
Embora os líderes ainda não tenham protocolado oficialmente o texto do projeto, o tema já está no centro das articulações políticas em Brasília. Nas redes sociais, Lindbergh voltou a manifestar sua contrariedade, mas admite que a pressão de diferentes partidos e a liderança de Tarcísio tornam a discussão inevitável.