Uma licitação bilionária de publicidade dos Correios está no centro de uma denúncia de assédio moral e institucional envolvendo a alta gestão da estatal. Segundo a denúncia, uma servidora do quadro técnico, considerada altamente qualificada, sofreu rebaixamento de função após recomendar uma proposta mais vantajosa para a empresa, segundo Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
A servidora sugeriu um modelo de contratação com repasse de 10% sobre o desconto-padrão das agências de publicidade — mesma prática utilizada em contratos da Petrobras. A proposta, que traria mais economia para os Correios, desagradou o mercado publicitário, que pressionava por um repasse menor, de apenas 5%.
A partir desse ponto, a denúncia relata que a chefia dos Correios teria acionado a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), supostamente para atender aos interesses das agências de publicidade envolvidas.
A licitação em questão previa gastos de até R$ 380 milhões, mesmo com os Correios operando no vermelho. A pressão e a controvérsia em torno do processo acabaram travando a licitação, que foi suspensa em meio às denúncias.
Procurados, os Correios afirmaram que não comentam processos internos envolvendo empregados. A Secom também não se pronunciou sobre o caso.