Cotado para ocupar a vaga do ex-secretário de Política Agrícola Neri Geller, o superintendente do Ministério da Agricultura em São Paulo, Guilherme Campos, pediu votos para Tarcísio de Freitas, ex-ministro e um dos principais aliados de Bolsonaro. Filiado ao PSD, Campos foi deputado federal entre 2007 e 2015 e presidente dos Correios entre 2016 e 2018. Em 2022, tentou retornar à Câmara Federal com o apoio de Tarcísio, mas não teve sucesso.
Geller solicitou dispensa do cargo após a polêmica envolvendo irregularidades no leilão de 263 mil toneladas de arroz e a revelação de que o sócio de seu filho havia intermediado as negociações.
Para o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, Campos representa uma “solução caseira”, pois já integra a pasta e é alguém de confiança. No entanto, representantes do governo acreditam que, por se tratar de um cargo estratégico, o novo ocupante deve estar mais alinhado com Lula.
As postagens de Campos em eventos como o Congresso Estadual dos Municípios em março, em Campos do Jordão, e o leilão do trem Intercidades em fevereiro, onde aparece em vídeo ao lado do governador, além do “santinho” de 2022 que mantém em seu perfil no Instagram, geram desconfiança no entorno de Lula.
Nesta terça-feira (18/6), Lula criticou Tarcísio pela homenagem da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que foi elogiado pelo governador. “Ele [Campos Neto] esteve em uma festa oferecida pelo Tarcisio, foi uma homenagem que o governo de São Paulo fez para ele. Certamente porque o governador de São Paulo está achando maravilhoso a taxa de juros de 10,5%”, disse o presidente.