Pela terceira vez em apenas um mês, os jornalistas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) decidiram entrar em greve, reivindicando isonomia salarial no novo Plano de Cargos e Remunerações. A paralisação, que começará na próxima quinta-feira (3), será realizada nas cidades de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.
A principal demanda da categoria é a igualdade salarial entre os jornalistas e outros cargos de nível superior dentro da EBC, já que a nova tabela salarial proposta pela empresa prevê uma diferença de 12% a menos para os profissionais de imprensa. Além disso, os trabalhadores de nível médio também pedem equidade em relação aos demais cargos com o mesmo grau de escolaridade.
Os sindicatos que representam os jornalistas ressaltam que, caso a empresa se comprometa publicamente a construir uma proposta que contemple a jornada especial da categoria e respeite a isonomia entre os cargos, a greve poderá ser suspensa.
A situação já foi discutida com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), à qual a EBC é vinculada, e com a Secretaria de Coordenação e Governança de Empresas Estatais do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, mas ainda não houve avanço nas negociações.
Essa é a terceira greve dos jornalistas da EBC desde setembro. A primeira paralisação, realizada nos dias 3 e 4 de setembro, teve adesão de 95% dos profissionais, de acordo com os sindicatos. A segunda greve ocorreu entre os dias 24 e 25 de setembro, com mais 48 horas de paralisação.
A nova paralisação deve afetar serviços como a TV Brasil, Agência Brasil, Rádio Nacional, Rádio MEC, Voz do Brasil, além de TVs universitárias e outros produtos do grupo EBC.
Com a continuidade das mobilizações, os jornalistas esperam pressionar o governo para reverter a política salarial que resulta em vencimentos menores para os profissionais da área.