A jornalista alemã Vicky Richter relatou ter sido intimidada pela Polícia Federal (PF) no Aeroporto Internacional de Brasília em setembro de 2024, após tentar entrevistar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O Incidente
Vicky, que estava no Brasil para produzir o documentário Fora Moraes — A luta do Brasil pela liberdade, afirmou que foi abordada pela PF quando se preparava para deixar o país. Segundo a jornalista, os agentes alegaram que ela teria entrado no Brasil ilegalmente.
“Isso ocorreu depois de eu tentar ligar para Moraes”, declarou Vicky em um vídeo nas redes sociais. “Depois de um tempo no aeroporto, eles me deixaram ir, porque não havia razão legítima para reter meu passaporte.”
A Polícia Federal ainda não respondeu às tentativas de contato feitas pela imprensa para esclarecer o caso.
Produção do Documentário
No Brasil, Vicky entrevistou parlamentares como Marcel van Hattem (Novo-RS), Gustavo Gayer (PL-GO) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sobre as decisões do STF e sua influência na liberdade de expressão. Ela publicou um teaser do documentário em seu Instagram, questionando: “O mundo precisa ver o que está acontecendo. Você vai ouvir?”
Tentativa de Entrevista com Moraes
A jornalista revelou que tentou várias vezes entrar em contato com Moraes para incluir sua versão no documentário. Após ser bloqueada por telefone, enviou um e-mail ao gabinete do ministro, mas o pedido foi recusado pelos assessores.
“A recusa de Moraes não passará despercebida”, afirmou Vicky, mencionando que destacará isso no documentário, junto com as recusas de outros políticos de esquerda.
Declarações Polêmicas
Vicky criticou as “tendências autoritárias” de Moraes, especialmente em relação às decisões envolvendo censura de contas de parlamentares nas redes sociais. Para a jornalista, isso representa um “momento desolador para a liberdade de expressão no Brasil”.
Intimidações a Jornalistas Estrangeiros
O caso de Vicky não é isolado. Em fevereiro de 2024, o jornalista português Sérgio Tavares foi detido pela PF no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, ao tentar entrar no país. Ele alegou que a abordagem estaria relacionada a declarações sobre “fraude eleitoral, urnas e ditadura do Judiciário”.
O relato de Vicky Richter adiciona mais um episódio ao debate sobre liberdade de imprensa e as ações da Justiça brasileira em cenários políticos polarizados.