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quarta-feira, 4 junho, 2025
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Janja acumula mais dias no exterior do que Lula em seu 3º mandato

Por Alexandre Gomes

Enquanto o Brasil enfrenta desafios econômicos, sociais e institucionais, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, parece ter encontrado uma nova vocação: representar o governo brasileiro pelo mundo. Segundo levantamento do portal Poder360, desde o início do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Janja passou 130 dias fora do Brasil — número superior aos 106 dias contabilizados pelo próprio presidente em viagens internacionais.

Ao todo, Janja já visitou 35 países em 30 viagens, ultrapassando não só a marca de dias fora, mas assumindo uma agenda ativa em fóruns internacionais, apesar de não ocupar cargo público, tampouco ter sido eleita para representar o Brasil oficialmente.

A diferença entre os dias fora do país chama atenção pela frequência com que a socióloga tem assumido compromissos como se fosse integrante formal da diplomacia brasileira. Em alguns casos, como nas viagens ao Japão e à Rússia, Janja partiu antes da comitiva presidencial, chegando a representar sozinha o governo em eventos com altos custos ao contribuinte.

Gastos públicos

O levantamento mostra que a atuação de Janja como “embaixadora informal” do governo tem custo. Em fevereiro, a primeira-dama participou de evento da ONU (FIDA), em Roma, acompanhada do ministro Wellington Dias. A missão custou ao menos R$ 260 mil aos cofres públicos. Já na Cúpula de Nutrição para o Crescimento, em março, apenas as diárias de Janja e de cinco assessores somaram mais de R$ 18 mil.

Apesar de não exercer função pública oficial, Janja vem sendo escalada por Lula para representar o Brasil em encontros internacionais com chefes de Estado e lideranças globais — o que levanta questionamentos sobre a legalidade, a transparência e a moralidade do uso de recursos públicos para bancar sua extensa agenda global.

A Constituição brasileira não prevê atribuições oficiais à primeira-dama. No entanto, Janja tem atuado como se estivesse integrada à estrutura diplomática nacional, acumulando convites, participações e protagonismo em eventos mundiais. Isso, sem qualquer tipo de escrutínio institucional.

Críticos apontam que essa atuação fere princípios republicanos, na medida em que transforma um posto simbólico — tradicionalmente ligado a ações sociais e protocolares — em um cargo político de fato, mas sem a legitimidade do voto ou o controle do Congresso.

Um contraste desconectado da realidade brasileira

Enquanto a primeira-dama ostenta presença em eventos globais e soma mais dias fora do Brasil que o próprio chefe do Executivo, milhões de brasileiros enfrentam inflação nos alimentos, precariedade na saúde pública e desemprego crescente.

A frequência das viagens e seus custos contrastam com o discurso oficial do governo, que fala em austeridade e responsabilidade social, mas mantém uma agenda internacional paralela conduzida por uma figura sem cargo formal e com alto custo aos cofres públicos.

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