Em entrevista à Revista VEJA, o ex-presidente Jair Bolsonaro reafirmou sua intenção de disputar as eleições presidenciais de 2026, destacando-se como o principal nome da direita no país. Apesar de inelegível temporariamente, Bolsonaro expressou confiança em sua capacidade de reverter essa situação, afirmando que o cenário atual comprova o legado positivo de seu governo e as falhas da atual administração. Com críticas contundentes ao governo Lula, o ex-presidente destacou o impacto econômico e social negativo das políticas do atual governo, que ele considera desastrosas e contrárias aos interesses dos brasileiros.
Bolsonaro celebrou as recentes vitórias do Partido Liberal (PL) nas eleições municipais, ressaltando que a direita conquistou vitórias importantes em capitais e cidades estratégicas. Em suas palavras, o crescimento do conservadorismo reflete um sentimento popular de insatisfação com as políticas da esquerda e o retorno de medidas que aumentam a carga tributária, dificultam o empreendedorismo e encarecem a vida dos brasileiros. Ele apontou que, mesmo sem mandato, sua atuação como líder da direita teve influência direta sobre as vitórias conservadoras em Cuiabá e São Paulo, além de impulsionar o PL ao topo entre os partidos com mais de 200 mil habitantes. “O conservadorismo venceu,” afirmou Bolsonaro, destacando que seu trabalho nas últimas eleições foi de grande relevância, visitando mais de cem cidades e consolidando seu papel como defensor dos valores e da economia do povo brasileiro.
Além de mencionar sua atuação política, Bolsonaro criticou duramente o sistema judiciário e, especialmente, a atuação do ministro Alexandre de Moraes, a quem acusa de orquestrar uma perseguição política para desmoralizar a direita e neutralizar o conservadorismo. Ao tratar do processo de tentativa de golpe, ele foi firme: “Nunca atuei fora das quatro linhas,” enfatizou, afirmando que as acusações são infundadas e se destinam apenas a silenciar sua liderança. Bolsonaro também comentou seu apoio ao movimento por anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, enfatizando que muitas famílias têm sido afetadas de forma desumana, mencionando o caso de uma mãe com seis filhos que perderá o pai para uma pena desproporcional. Ele acredita que o Congresso será um espaço importante para reverter essa situação, afirmando que a decisão do STF tem se mostrado cada vez mais parcial e politizada.
Com uma postura segura e determinada, Bolsonaro também fez questão de criticar duramente as políticas econômicas e sociais do governo Lula. Ele afirmou que a gestão petista aumentou impostos, dificultou a vida dos trabalhadores e pressionou a economia com regulamentações e taxações excessivas. Segundo ele, a reforma tributária é um “desastre” que penalizará ainda mais os brasileiros ao tributar de forma severa os pequenos empreendedores e o cidadão comum. “Vão taxar tudo, até os sonhos,” ironizou, comparando a política tributária de seu governo, que focava em redução de impostos e incentivo ao empreendedorismo, com o aumento da carga fiscal e dos gastos públicos promovido por Lula.
Bolsonaro também destacou que, ao contrário de sua administração, o governo atual abandonou o compromisso com a responsabilidade fiscal e passou a depender de um Estado inflado e ineficiente. Ele defendeu o teto de gastos e o fim de uma série de subsídios, argumentando que foram essas medidas que mantiveram a economia brasileira em crescimento e promoveram a geração de empregos. Ao falar sobre os benefícios de sua gestão, lembrou que zerou impostos sobre combustíveis e insumos de energia solar, além de reduzir tarifas de telefonia e internet, um avanço que o governo atual teria revertido, prejudicando a população.
Na esfera internacional, Bolsonaro foi igualmente crítico, afirmando que a política externa do governo Lula é ineficaz e prejudica a imagem do Brasil no cenário global. Ele citou o recente conflito no Oriente Médio como exemplo da postura fraca do governo atual, que, segundo ele, não consegue defender os valores e alianças internacionais importantes para o Brasil. “Invadiram, mataram mais de 1.000 pessoas, e ainda justificam essas barbaridades,” disse Bolsonaro, referindo-se ao posicionamento de Lula sobre o conflito em Israel.
Questionado sobre a possibilidade de outro nome da direita surgir para as eleições de 2026, Bolsonaro descartou, de forma enfática, qualquer outra opção com real capacidade de derrotar Lula. Ele elogiou a competência do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, mas ressaltou que, para uma disputa nacional, “chance só tenho eu.” Mostrando-se confiante e com um discurso otimista, Bolsonaro afirmou que, se conseguir reverter sua inelegibilidade, estará pronto para liderar o país e resgatar o legado conservador que acredita ser o melhor caminho para o Brasil.
A entrevista marca a retomada de Bolsonaro como uma força ativa no cenário político brasileiro, confirmando que pretende se dedicar com vigor para enfrentar o atual governo em uma eleição futura. Ele destacou seu compromisso com o Brasil e com os valores conservadores que guiaram seu governo e que, segundo ele, trouxeram progresso econômico, crescimento e liberdade ao país.