A base de oposição na Câmara dos Deputados intensificou a pressão sobre o governo federal, acumulando um total de 120 pedidos de convocação de ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As motivações variam: suspeitas de corrupção, descontrole de gastos públicos, fraudes em contratos, rombos em estatais e ações polêmicas da própria primeira-dama, Janja.
O ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) lidera a lista, com 19 pedidos de convocação. A maioria foi impulsionada por sua declaração de que “a polícia prende mal”, além da determinação de sigilo sobre informações relativas a fugas em presídios, o que desagradou parlamentares da oposição.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, ocupa o segundo lugar, com 16 convocações. A oposição quer explicações sobre cachês milionários, composição de comitês de cultura e possíveis conflitos de interesse.
Na Casa Civil, Rui Costa também é alvo de pedidos, sendo oito no total. Dois deles, no entanto, dizem respeito a ações ligadas à primeira-dama Janja, especialmente sobre sua atuação em eventos internacionais e o uso de recursos públicos.
O deputado Marcos Pollon (PL-MS) é o mais ativo entre os opositores, sendo responsável por 26 dos pedidos de convocação — cinco apenas contra Lewandowski.
Além de ministros, figuras estratégicas do governo também estão na mira. Há requerimentos para convocar João Luiz Fukunaga, presidente da Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil), e Gabriel Galípolo, atual diretor do Banco Central.
O clima de tensão evidencia o desgaste entre Executivo e Legislativo e o aumento da vigilância parlamentar sobre os atos da gestão petista. A expectativa é que novas convocações sejam protocoladas nas próximas semanas.