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quinta-feira, 24 outubro, 2024
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Itaipu: estatal vai dar R$ 81 milhões para cooperativa ligada ao MST

Por Alexandre Gomes

A Itaipu Binacional, sob nova direção após a nomeação de gestores indicados pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, está mudando seu foco de investimentos. A estatal destinará R$ 81 milhões até 2027 para a Cooperativa Central da Reforma Agrária do Paraná (CCA-PR), que integra o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST)., segundo a Gazeta do Povo. O novo direcionamento de recursos tem gerado críticas e levantado preocupações sobre a politização dos recursos da hidrelétrica.

Mudança de prioridades

Segundo analistas do setor, essa alocação de recursos marca uma clara mudança de rumo nos investimentos da estatal, que sob o governo de Jair Bolsonaro focou em grandes obras de infraestrutura, como a construção da segunda ponte entre Brasil e Paraguai. Agora, a prioridade parece estar nas iniciativas de reforma agrária, com o apoio a cooperativas ligadas ao MST, o que muitos críticos enxergam como um desvio do foco histórico da empresa em projetos de impacto econômico direto.

Entre 2023 e 2024, a cooperativa receberá cerca de R$ 30 milhões, com um repasse mensal superior a R$ 1 milhão. Em 2025, esse valor deve alcançar mais de R$ 19 milhões, evidenciando a magnitude do apoio financeiro. Segundo a Itaipu, o objetivo do convênio é fornecer assistência técnica e fomentar a agricultura familiar, mas o volume do repasse e a escolha de uma entidade ligada ao MST suscitam preocupações.

Críticas ao governo Lula

O novo direcionamento de recursos pela Itaipu tem sido interpretado como uma manobra política do governo Lula para financiar movimentos sociais aliados, como o MST, que têm uma longa história de envolvimento em conflitos agrários e ocupações de terras. O montante de R$ 81 milhões destinado à cooperativa é visto por muitos como uma recompensa política e uma forma de fortalecer a base de apoio do governo entre movimentos de esquerda.

Essa mudança de foco contrasta fortemente com a gestão de Bolsonaro, que priorizou investimentos em obras de infraestrutura de grande escala, como a pavimentação de estradas, construção de pontes e melhorias no transporte e logística, que tiveram impacto direto no desenvolvimento regional e no comércio com países vizinhos.

Outra questão que gera desconfiança é a falta de clareza sobre os critérios de seleção da cooperativa e a prestação de contas do uso dos recursos. A hidrelétrica, por ser uma entidade binacional com um tratado próprio entre Brasil e Paraguai, não está sujeita às normas de transparência aplicáveis a outras empresas públicas brasileiras. Isso tem gerado preocupações de que o repasse de recursos para o MST possa não ser devidamente fiscalizado.

Apesar de questionamentos da imprensa sobre o convênio e os parâmetros utilizados, a cooperativa ainda não se manifestou, e as respostas da Itaipu foram limitadas a afirmar que não se trata de um simples repasse de recursos, mas de um convênio envolvendo a Fundação Parque Tecnológico Itaipu. No entanto, a falta de detalhes sobre como esses recursos serão aplicados levanta dúvidas sobre a eficiência e o controle desses gastos.

A decisão da Itaipu Binacional de redirecionar parte significativa de seus recursos para cooperativas ligadas ao MST, sob influência do governo Lula, é vista por críticos como uma ação política que desvia a estatal de seu foco original de desenvolvimento econômico e infraestrutura. A comparação com os investimentos feitos no governo Bolsonaro reforça a percepção de que as prioridades da gestão atual estão mais alinhadas com interesses políticos do que com o desenvolvimento sustentável e a geração de empregos no Brasil.

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